Há muito tempo atrás, eu te vi. Tal como Bem-Te-Vi, cantei.
Meus olhos escuros se perderam na claridade dos seus. Nas cascatas douradas de você, fluidas, com cheirinho de morango.
Pensei que, desta vez, este meu coração mestiço havia encontrado seu espaço em alguém.
No entanto, como um feitiço, há sempre um encantamento que o desfaz.
Durante anos eu amei, me encantei, me encontrei em você. Ilusões, quem sabe.
Mas foram anos bonitos, eu diria, como dias de sol propícios à felicidade.
Por tantos anos, esta dança, semelhança, misturadas em amizade.
Fomos levando, estas andanças, ignorando a vaidade. Permeava, silenciosa, a minha paz.
Trago as marcas, cicatrizes, destes tempos de juventude, de choro, em parte...
Eu e você, felizes, enquanto eu era a válvula fixa do seu escape...
Talvez as pessoas não fossem tão rasas, talvez você fosse um pouco vazia.
E eu, oceano, era o único recipiente em que a sua angústia cabia...
Você se esqueceu, porém, que todo recipiente pode transbordar. Nem eu fui capaz.
Nos momentos em que eu fui cuidado, você descaso.
Das poucas vezes em que precisei, você faltou.
Nos vários dias em que esperei, você nunca mais voltou.
E no mais tardar, fui ironia, e você, um evento ao acaso.
Faltei a mim mesma, pois você precisava que eu estivesse em outro lugar.
Lá fiquei, como um rochedo, enquanto as ondas da sua alma batiam, voltavam, batiam, voltavam...
À deriva, flutuei, sem saber onde ia chegar. Sem saber se queria, de fato, chegar.
Vi tantas coisas, tantas cores, tantos desamores, todos os fantasmas que te assolavam.
Inspirei fundo, coragem, para saltar ao mar tempestuoso em que você se afogava.
Até perceber, enfim, que você nunca precisou da minha mão estendida. Era eu quem engolia água...
No mais, aprendi a nadar, depois de chegar aos abismos, olhei a superfície e quis voltar.
Tal como as ondas, nunca mais fui a mesma, em nenhuma praia em que quebrei.
O borrão loiro do sol, no canto dos olhos, esperava por mim. Ignorei.
As feridas precisam se curar, a dor precisa sair, e em meu desespero, deixei.
O tempo engana, ele não ama, até quando você achou que eu ia suportar?
Espere aqui, enquanto recolho os pedaços de mim que você deixou cair, lá atrás...
Voltarei?
Meus olhos escuros se perderam na claridade dos seus. Nas cascatas douradas de você, fluidas, com cheirinho de morango.
Pensei que, desta vez, este meu coração mestiço havia encontrado seu espaço em alguém.
No entanto, como um feitiço, há sempre um encantamento que o desfaz.
Durante anos eu amei, me encantei, me encontrei em você. Ilusões, quem sabe.
Mas foram anos bonitos, eu diria, como dias de sol propícios à felicidade.
Por tantos anos, esta dança, semelhança, misturadas em amizade.
Fomos levando, estas andanças, ignorando a vaidade. Permeava, silenciosa, a minha paz.
Trago as marcas, cicatrizes, destes tempos de juventude, de choro, em parte...
Eu e você, felizes, enquanto eu era a válvula fixa do seu escape...
Talvez as pessoas não fossem tão rasas, talvez você fosse um pouco vazia.
E eu, oceano, era o único recipiente em que a sua angústia cabia...
Você se esqueceu, porém, que todo recipiente pode transbordar. Nem eu fui capaz.
Nos momentos em que eu fui cuidado, você descaso.
Das poucas vezes em que precisei, você faltou.
Nos vários dias em que esperei, você nunca mais voltou.
E no mais tardar, fui ironia, e você, um evento ao acaso.
Faltei a mim mesma, pois você precisava que eu estivesse em outro lugar.
Lá fiquei, como um rochedo, enquanto as ondas da sua alma batiam, voltavam, batiam, voltavam...
À deriva, flutuei, sem saber onde ia chegar. Sem saber se queria, de fato, chegar.
Vi tantas coisas, tantas cores, tantos desamores, todos os fantasmas que te assolavam.
Inspirei fundo, coragem, para saltar ao mar tempestuoso em que você se afogava.
Até perceber, enfim, que você nunca precisou da minha mão estendida. Era eu quem engolia água...
No mais, aprendi a nadar, depois de chegar aos abismos, olhei a superfície e quis voltar.
Tal como as ondas, nunca mais fui a mesma, em nenhuma praia em que quebrei.
O borrão loiro do sol, no canto dos olhos, esperava por mim. Ignorei.
As feridas precisam se curar, a dor precisa sair, e em meu desespero, deixei.
O tempo engana, ele não ama, até quando você achou que eu ia suportar?
Espere aqui, enquanto recolho os pedaços de mim que você deixou cair, lá atrás...
Voltarei?
- Laila.
Nosso brilho interior se reflete pela nossa face.
ResponderExcluirA penumbra é desconcertante e pesada. Que bom ouvir hoje que a luz irradia pela sua face novamente, em busca de novos focos de vida.
Por muito tempo, estive perdida nessa penumbra...
ExcluirObrigada pelas palavras ^^
"No mais aprendi a nadar". Nunca saimos igual de uma experiencia. Aprender a nadar é algo extraordinario, indispensavel para alcar voos mais altos e distantes.
ResponderExcluirFoi o que pensei, quando escrevi *-*
ExcluirÉ indispensável aprender a nadar quando se está perdido no oceano turbulento de um outro alguém.
Obrigada pelas palavras :)
Foi uma desilusão amorosa?um amor esquecido?ou uma agustia?
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