segunda-feira, 10 de março de 2014

Novo

"O novo
não me choca mais
nada de novo
sob o sol

Apenas o mesmo
ovo de sempre
choca o mesmo novo"
(Paulo Leminski)
...
Bom, estava eu, hoje, em uma aula de Sociologia, quando meu professor exaltou: "nós vivemos em um estado de Anomia Social!". Olhei-o, a sentir-me ignorante, e não contive a pergunta. O que é isso? É de comer?
Meu professor fixou seus olhos escuros em mim, desviando-os de meus colegas. Estes, absortos em outras frivolidades, não perceberam a interrupção. Ele me explicou, então, que Anomia significava "falta de objetivo, foco, perspectiva". Ressaltou, convicto, que nós estamos mergulhados em um estado pungente de Anomia Social. Não há questionamentos em nossa sociedade, não há o novo, não há um horizonte, apenas a ilusória imagem de um novo dia. Nossos dias se vão, presos à rotina, e nós seguimos em frente. Seguimos por um caminho que, segundo ele, foi delimitado para nós.
De súbito, as palavras de Paulo Leminski me vieram à mente.
E se o novo ao qual nos apegamos for apenas uma distante memória? Já passou, foi-se como folhas de outono ao vento. Não existe mais, requer um novo acontecimento. E se a nossa sociedade estiver cultuando uma rotina? As novidades são frias - já não impressionam mais.
No entanto, creio eu, temos medo. O mundo costuma ser hostil às novas ideias, rejeitar o desconhecido, por o que é estranho não se sabe! Pode ser perigoso!
Afinal, tudo o que temos hoje é produto de antigas ideias. Antonio Meucci, um italiano, teve a ideia de inventar o telefone, e depois passou a ideia para Alexander Graham Bell. Madame Curie teve a brilhante ideia de estudar os elementos, e então descobriu o elemento Rádio e Polônio, além de grandes descobertas no campo da Radioatividade. Galileu Galilei teve a brilhante ideia de defender a teoria do Heliocentrismo, numa época em que era blasfêmia afirmar que a Terra girava em torno do Sol.
A Evolução Humana exige novas perspectivas. É preciso que encontremos a cura para este nosso estado de Anomia Social.

- Laila.

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