sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Afinal, qual é a sua função?

Que atire o primeiro elefante de pelúcia quem nunca passou por aquela famosa crise existencial - afinal, no que é que eu sou bom?
Todos os jovens chegam naquela fase da vida em que a vida te dá uma rasteira violenta e ri da sua cara enquanto você se levanta. Aquele momento em que você precisa decidir o que vai fazer do seu futuro. Cara, esta é uma decisão muito importante, provavelmente a maior que você fará. Você precisará encontrar dentro de si um aspecto no qual se destaque, uma aptidão - um talento para desenho, para cálculos, para liderança, para pesquisa, para escrita, para a comunicação...
Mas... E se você não tem aptidão para nada?
Respire, meu amigo! Todos nós temos talento para alguma coisa, nem que seja uma única coisa. Você pode não ter descoberto ainda, mas existe sim um talento oculto em você. Explore, ouse! Experimente coisas diferentes, busque uma nova visão. Você pode se surpreender com o que vai encontrar.
As pessoas possuem o péssimo hábito de se comparar com as outras sem qualquer coerência. Você, escritor que vai mal em Exatas, não fique se comparando a um futuro engenheiro aeronáutico! Você, futuro físico teórico, não fique se mordendo porque não consegue escrever como um futuro jornalista! Todos nós temos dificuldade em algo e facilidade para outras coisas. Exigir demais de nós mesmos não é nem um pouco saudável. Notas baixas em determinados campos, entretanto, não deve se tornar um fator limitante. Se você tem aptidão para a área de Humanas, isso não te impede de migrar para a área de Exatas e, com algum esforço, obter sucesso.
A indecisão faz parte da vida, meu amigo. É absolutamente normal. Eu ficaria preocupada se você estivesse 100% decidido - isso só costuma acontecer com alienígenas. Em algum momento nós vamos balançar, nem que seja um pouquinho.
Procure falar com alguém sobre isso. Os pais podem ajudar, os professores e os amigos da mesma forma. É importante ouvir opiniões externas e fazer uma auto avaliação, para que a decisão seja precisa. É necessário esforço e muita dedicação, mas pode dar certo. Seja otimista, corra atrás, vá além!
Acredite, amigo. Pode dar certo :)

(pense como um próton e seja positivo)
 
- Laila.


domingo, 24 de agosto de 2014

Xô, desânimo

Cara, eu odeio quando me bate aquele desânimo.
Sério, é uma coisa que desce em você inesperadamente - você está lá, feliz, alegre e pimpão, de repente você pisca e BUM! Desce um bicho-preguiça mal humorado em você e acaba com o seu dia. Você pode até tentar se salvar da fossa, mas não consegue. Você tenta pegar um livro para ler, tenta ver televisão, tenta falar com alguém, tenta mexer no celular (nem ele te levanta) mas tudo perde a graça por algumas horas.
Eu fico olhando para os lados sem saber o que fazer da minha vida, os propósitos da minha existência se perdem em Búzios por alguns instantes e me abandonam. As ideias se cansam de mim, a criatividade não olha mais na minha cara e eu fico ali, vegetando. Tem aqueles momentos de desânimo em que você entra na cozinha ou na sala e se esquece do que foi fazer ali, e então você volta para o seu quarto, vegeta mais algumas horas e depois acaba se lembrando.
Argh, é terrível quando o desânimo bate. Eu fico pensando se deveria mandar uma mensagem a algum amigo pedindo ajuda, ou uma cordinha para me puxar da fossa - e logo em seguida eu penso que aquela pessoa é inocente e não tem nada a ver com o bicho-preguiça mal humorado que tomou posse da minha carcaça. Largo o celular, pego um livro, rolo na cama, esmago meu nariz no travesseiro (não, isso não é legal. Não façam isso) mas o desânimo não sai. Eu digo a mim mesma que eu deveria levantar, estabelecer metas, pegar meus cadernos, estudar e vencer na vida, só que o máximo que meu cérebro se dispõe a fazer é me lembrar de como que se coloca Nescau no leite.
Bom, eu imagino que ninguém goste de momentos de fossa e desânimo.
A boa notícia é que a grande maioria deles é passageira, dura apenas algumas horas. Logo, acontece alguma coisa muito louca na sua vida que te anima a seguir em frente. Se o desânimo e a fossa não passarem, é melhor você procurar um psicólogo, porque pode ser algo mais sério.
Já dizia Renato Russo:
"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém

(...)"
Respira, meu querido, a fossa vai passar.
E A PERGUNTA É... O que você costuma fazer quando está de fossa? Qual o seu método para se livrar da entidade animalesca mal humorada que desce no seu espírito e te coloca para baixo?

(pessoas que, na fossa, ficam igual a esse gato)
 
 
- Laila.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Exatoides (3)

Este é o terceiro capítulo a ser postado. Se você que está acompanhando gostou da história e deseja ler um ou mais capítulos, por favor, registre o pedido nos comentários. Se desejar, registre também a sua opinião, ela é fundamental para a evolução dessa história :)
CAPÍTULO 3 - NÃO SE ESQUEÇA DA SUA FUNÇÃO.
"Ao voltar para casa, Marcelo fez algo que poucas vezes se lembrava de fazer - observou.
O céu estava azul, mas a temperatura estava baixa. Ele se perguntou o motivo, afinal, o sol brilhava como nunca. Puxou mais uma vez as mangas do casaco, tentando usá-las para cobrir, além dos braços, os dedos gelados.
Os prédios altos e coloridos projetavam-se sobre os transeuntes de uma maneira quase ameaçadora - continuem andando, era o que eles diziam, não se esqueçam de sua função. As placas de projeção holográfica pelas ruas exibiam as últimas conquistas da tecnologia e as mais recentes novidades no mercado. Marcelo desviou os olhos. A profusão de cores lhe causava dores de cabeça.
Além dele, poucos exatoides andavam pela calçada. A circulação de carros também era pouca - provavelmente a maioria estava trabalhando, pesquisando e desenvolvendo projetos para o avanço da nação. Não havia tempo para trivialidades como sair para almoçar com os amigos ou mesmo ouvir música. Eram apenas distrações das quais os exatoides deveriam se livrar para que tivessem cada vez mais tempo.
Há alguns anos, Marcelo ainda se lembrava de ouvir o canto dos pássaros, empoleirados nas árvores no caminho para casa. Agora, não ouvia mais nada. Aliás, onde estavam as árvores?
O rapaz entrou na rua de seu prédio e continuou a andar. Ao passar por uma cafeteria, ele percebeu que havia um casal sentado em uma mesa com formato de flor. Eles não conversavam, sequer se olhavam - ambos estavam com livros grossos de cálculo em mãos, estudando.
Em pleno século XXV, quem é que ainda estuda com livros de papel? Foi o primeiro pensamento que ocorreu a Marcelo. No entanto, algo naquele casal o incomodou, e ele não soube dizer o que era.
...
- Precisamos conversar.
Normalmente, era desse jeito que o pai de Marcelo perguntava como havia sido a aula do filho.
- Os resultados ainda não saíram - disse o rapaz - Talvez sejam divulgados no site da Academia daqui a algumas horas.
Euclides estava em pé, recostado à parede branca da sala. Ainda vestia o traje social que usava para trabalhar - terno risca-de-giz, gravata vermelha de seda e sapatos de couro. Seu silêncio fez com que Marcelo olhasse para ele - apenas para encontrar um par de olhos escuros e vazios.
- Não perguntei sobre os resultados - disse o pai - Refiro-me ao André. Eu e Lilitan vamos buscá-lo na Academia Internato e conferir os resultados das avaliações dele.
- Ah, sim. Claro - Marcelo retrucou - E o que o senhor vai fazer com ele?
Algo se acendeu nos olhos de Euclides, e isso não passou despercebido ao rapaz.
- Os resultados dele vão dizer - respondeu - Incomoda-me saber que um filho meu precisou fazer estas avaliações de nivelamento. Seja como for, é uma vergonha para a família Aurelino.
- O senhor quis dizer para a nossa família?
Num primeiro momento, Marcelo percebeu que o pai não entendeu o questionamento. Pensando um pouco mais, porém, decidiu concordar.
- Sim, foi o que eu quis dizer - disse ele, ajeitando a gravata e pegando as chaves do carro - Comporte-se e estude. Quando voltar, quero ver seus resultados.
- Sim, senhor - disse Marcelo, enquanto observava o pai lhe dar as costas e fechar a porta atrás de si.
O silêncio tomou conta do apartamento. Marcelo pegou a mochila e caminhou pelo corredor até seu quarto. No caminho, sentiu como se as paredes se projetassem sobre ele de modo ameaçador.
Continue andando, era o que elas diziam, não se esqueça da sua função."

 
 
- Laila.



segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Exatoides (2)

CAPÍTULO 2 - ERA O CERTO, NÃO ERA?
"Dentro do carro, Lilitan ofereceu ao filho um sorriso curto e desejou a ele uma boa aula.
Marcelo caminhou pelo enorme pátio principal. Talvez fosse apenas neste dia em especial, mas a Academia estava fria. O vento que circulava por ali arrepiava os braços do rapaz, e ele se apressou para entrar logo em sua sala. Os exatoides, como ele, estavam imersos em uma expectativa silenciosa. Os resultados das últimas provas logo sairiam, e ele queria ter certeza de que ainda tinha um lugar nas melhores colocações. Isso, como seus pais insistiam em lembrar, podia garantir a ele uma vaga em uma das três Universidades de prestígio de Delce.
Enquanto Marcelo se ajeitava em sua mesa, ouviu o ruído familiar do projetor, que materializava diante da classe um vídeo em três dimensões cuja reprodução diária era obrigatória. O rapaz já havia parado de prestar atenção há muito tempo - tantas vezes já vira o vídeo que sabia repeti-lo de trás para frente.
- Não aguento mais esse vídeo - comentou uma voz ao lado dele.
- Parece que agora é lei - disse Hugo, um dos amigos de Marcelo - Todas as Academias são obrigadas a passar esse vídeo aos alunos todos os dias.
O professor, que havia acabado de fechar a porta da sala, fez um ruído exigindo silêncio. Todos se calaram. Não havia pelo que discutir. Não importava se eles queriam ver o vídeo ou não - agora era lei, e nenhuma Academia em sã consciência iria questionar a decisão do governo.
A imagem do presidente Sócrates apareceu, a luz da sala diminuiu automaticamente, e o silêncio nos segundos seguintes foi tanto que Marcelo podia ouvir o som de seu sangue correndo pelas veias.
Delce, como todos sabem, está se tornando um nome de prestígio mundial graças aos investimentos do governo em tecnologia...
Bernardo, outro amigo de Marcelo, soltou um bocejo. Cobriu a boca no mesmo instante, mas, por sorte, o professor não havia percebido.
As Academias, é claro, todos os anos formam excelentes exatoides que contribuem para o avanço da nação. Em pleno século XXV, somos o país que mais investe em educação e avanço tecnológico, bem como engenharia e astronomia...
As imagens do vídeo mostravam os observatórios de pesquisa astronômica, os laboratórios de robótica e a fachada estonteante das Academias de Exatas, onde os alunos-modelo apareciam resolvendo exercícios extremamente complexos de Física e Matemática. Marcelo observou, com o canto dos olhos, a imagem das equipes de engenharia elaborando projetos e a vista aérea dos bairros dos exatoides, com avenidas largas e calçadas limpas, prédios coloridos e moradores atarefados com roupas sociais.
É preciso que o governo mantenha o sistema para que os avanços persistam, e para isso devemos entender que aqueles que são inferiores aos exatoides devem permanecer em seus devidos lugares...
E então as imagens mudaram.
Agora, as ruas eram mais estreitas. Havia algumas rachaduras no asfalto, os prédios e as casas eram menores e a calçada era um tanto encardida. Poucas pessoas circulavam pelas ruas em contraste com o enorme número de árvores - aquele era, obviamente, o bairro dos bioloides. Estes atuavam em laboratórios de pesquisa, em hospitais e no desenvolvimento de remédios e vacinas. Além do mais, eram os responsáveis pela produção agrícola - completamente controlada e planejada.
Claro, eles não eram inúteis, Marcelo sabia muito bem disso. Estavam apenas um pouco abaixo da importância dos exatoides, mas ainda podiam viver de modo satisfatório. Toda sociedade precisa de pilares nos quais sua glória possa se erguer. Esta era a simples relação que existia entre os bioloides e os exatoides.
A classe, que já estava escura, perdeu a pouca luz que o vídeo estava fornecendo. Nesse momento, todos os alunos erguiam os olhos para as imagens - não importava quantas vezes já houvessem visto.
De alguma forma, os restos precisam ser deixados em algum lugar...
A voz do presidente Sócrates se dissolveu na mente de Marcelo enquanto seus olhos acompanhavam as imagens que ele já conhecia tão bem.
Ruas? Não, não podia ser... Eram apenas caminhos de terra, pelos quais escorriam silenciosos filetes de água suja... Casas de madeira despedaçada, telhas quebradas e placas de zinco... As casas mais aceitáveis exibiam varandas vazias e janelas fechadas. Algumas galinhas perdidas ciscavam a lama e alguns gatos encharcados se encolhiam diante das portas, tremendo. A maioria das casas tinha pequenas hortas, mas de que adiantavam? Tão pouco aquela terra tinha a oferecer...
Marcelo sentiu o estômago se revirar. Aquele era o bairro dos humanoides, o resto da sociedade. Eles não serviam para nada, e por isso ficavam naquele lugar. Em uma sociedade construída sobre os pilares das Ciências Exatas, o que é que eles poderiam fazer? Aquelas casas pertenciam aos professores de Ciências Humanas, tais como Literatura, Filosofia, História, Geografia, bem como aos contadores de histórias, escritores, artistas e poetas, todas as formas de conhecimento consideradas inúteis. Marcelo tinha consciência de que, para evoluir, Delce precisava de técnicos, engenheiros, físicos e astrônomos, exatoides capazes de extrair do intelecto humano tudo o que ele tinha a oferecer de melhor.
Aquelas pessoas não serviam para isso. Elas, para a sociedade, não serviam para nada. Eram degenerados, e mereciam as condições em que viviam. Esta era a mensagem do governo, e era nisso que os exatoides acreditavam.
Era o certo, não era?"

 
 
 
- Laila.

sábado, 16 de agosto de 2014

Exatoides

Este é o primeiro capítulo de um novo projeto que eu estou escrevendo, e postarei 3 capítulos iniciais. Lembrem-se de que trata-se de uma ficção-científica e de que é necessário ler mais do que apenas um capítulo para compreender a ideia da narrativa.
CAPÍTULO 1 - OS ÚLTIMOS CORTES
"- Você quer geleia na sua torrada?
Lilitan pegou uma faca na gaveta da cozinha e a mergulhou dentro do conteúdo do pote de geleia de framboesa.
Marcelo esfregou os olhos e deixou que um bocejo escapasse. Podia ver, pela janela, que o sol ainda não havia aparecido no horizonte. Era uma manhã comum de inverno, fria e mórbida, e lá estava ele, sentado à mesa ao invés de estar debaixo das cobertas. Ora, isso era impensável. Ele estava a poucos meses de concluir o Ensino Médio, e preguiça não constava em sua lista diária de afazeres.
Percebeu que ainda não havia respondido à pergunta de sua mãe.
- Quero, por favor - disse.
A mulher pegou uma fatia de pão e espalhou a geleia rosada. Seus movimentos eram metódicos, e ela não havia olhado para Marcelo uma única vez desde que ele entrara na cozinha. Após largar o pão diante do filho, Lilitan pegou uma caneca fumegante de café e o jornal daquela manhã. O rapaz, com o canto dos olhos, observou o nome - Notícias de Delce - em letras garrafais no topo da primeira página, que ele podia ver, pois o aparelho no qual sua mãe lia o jornal era transparente, permitindo que a frente e o verso pudessem ser vistos claramente.
- Como estão as notas? - perguntou ela, sem erguer os olhos das notícias.
- Bem - ele respondeu, com a boca cheia de geleia - Minha classe já foi submetida às provas de Física e Matemática Avançada. Durante essa semana, os professores devem fazer os últimos cortes.
Lilitan balançou a cabeça, mas nada acrescentou. Marcelo tomou um gole de leite. Este era um procedimento comum em sua Academia - no último ano do Ensino Médio, os alunos eram submetidos a algumas provas de Física e Matemática com conceitos avançados. Os exatoides que obtivessem as melhores notas seriam selecionados, ao fim do ano,  para as três principais Universidades do país.
Aqueles que ficassem abaixo da nota de corte seriam rebaixados para a classe de Biológicas.
- Quando é que vocês vão buscar o André? - ele perguntou.
Pela primeira vez naquela manhã, Lilitan ergueu os olhos. Marcelo se referia ao irmão mais novo, que havia sido mandado por algumas semanas para uma Academia Internato, onde faria algumas provas específicas a pedido dos pais.
- Hoje - ela respondeu - Os resultados dele saem amanhã, e então saberemos se ele foi ou não rebaixado.
Ela não demonstrou, mas Marcelo sabia que sua mãe estava preocupada.
O rapaz colocou a caneca vazia na pia e saiu. Levou a mochila até a sala e observou a vista pela janela recém-lustrada. Os enormes prédios enchiam a visão, com seus formatos inusitados e mistura de cores. As ruas pareciam movimentadas - Marcelo podia ouvir a buzina dos carros e ver os exatoides andando pela calçada cinzenta.
Ao longe, ele podia ver os bairros menores, com casas baixas e ruas mais estreitas, onde os bioloides residiam.  E, além daquele horizonte, estavam os bairros que nenhuma pessoa da classe dele se interessaria em ver - o lugar onde os humanoides viviam.
- Venha - ele ouviu Lilitan chamar - Você vai chegar atrasado se ficar enrolando."



- Laila.

domingo, 10 de agosto de 2014

Pai, alcança aquilo ali para mim?

Dia dos Pais, na verdade, é uma coisa comercial.
As pessoas acham que precisam comprar presentes e mais presentes para seus pais, porque aquele dia específico é o dia deles.
No entanto, eu encontrei, com o passar dos anos, uma maneira muito mais divertida de passar esse dia. Ajudo a fazer um almoço especial para o meu pai, escolho boas músicas, aumento o volume e canto com ele até os vizinhos reclamarem. Depois, deixo ele assistir aos jogos. Dou beijinhos e abraços apertados, digo a ele o tempo todo o quanto ele é especial. Sabe o que mais? Eu não faço isso apenas no Dia dos Pais.
Os pais são figuras muito importantes durante o crescimento de uma criança. Eles inspiram respeito, dão exemplos e nos instigam a seguir em frente. Eles nos corrigem quando cometemos erros e nos indicam o que fazer para sermos sempre mais. Alguns gostam de viajar, outros de jogar futebol, outros ainda de cozinhar no fim de semana. Gostam de passar aquele tempinho com a família, contando piadas, ouvindo música, vendo filmes ou mesmo passeando ao ar livre.
Que atire a primeira pedra quem nunca pediu para o pai alcançar alguma coisa, pois era muito alta! Quem nunca o procurou pela casa inteira somente para perguntar onde estava a mãe. Quem nunca pediu a ele aquele aumento na mesada, aquela carona para a casa do amigo, ou mesmo aquele conselho sobre a vida que, às vezes, só os pais sabem dar.
É triste saber que nem todos os jovens podem desfrutar de um bom pai. Alguns não mais o tem, outros tem somente na teoria. O pai é um elemento encorajador em nossas vidas, ele é o empurrãozinho que nós precisamos para superar as dificuldades. É aquele cara que pode ser o seu melhor amigo, que pode saber dos seus segredos mais íntimos, que pode sair em sua defesa em caso de encrenca. Aquele cara que não vai mentir quando você perguntar se a sua roupa está bonita ou se aquele é o melhor caminho a se seguir.
Os pais são aqueles caras que querem que você vença na vida, que você conquiste seu espaço. São os caras que vão sentir o maior orgulho em exibir você e as suas conquistas aos amigos. Aqueles caras que querem olhar para trás, ver tudo o que realizaram na vida e perceber que seus filhos fizeram ainda mais.
Aqueles caras que, só pela sua expressão, já sabem. "Foi mal na prova, não é?" ou "Quem foi o babaca?". Esses caras, que fazem das nossas vidas um encanto. Eles estão sempre ali.
Valeu, pai.

 
 
- Laila.


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

O futuro bem que podia bater na porta...

"- Filha, o que você quer ser quando crescer?
- Alta, mamãe."
Então, quantas vezes já te fizeram essa pergunta? Eu me arriscaria a apostar que não dá para contar nos dedos. Você mesmo já se perguntou isso - não venha mentir para mim, eu sei que sim.
Para o jovem, é inevitável. A partir de uma certa idade, os pais começam a especular as coisas como abelhinhas rondando uma flor. Querem saber se você já tem alguma ideia, alguma carreira em mente, ou mesmo algum sonho de infância que deseja perseguir. Ora, a preocupação deles é absolutamente natural - eles querem que os filhos tenham sucesso na vida, que se realizem e conquistem um bom espaço neste mundo já tão povoado e disputado.
No entanto, às vezes eles se esquecem de que as cobranças não chegam até nós apenas da boca deles.
Fala sério, as cobranças vêm de todas as direções! Os nossos pais cobram, nossos parentes cobram, os nossos professores cobram, os nossos coordenadores cobram, até mesmo nossos amigos cobram! O jovem, recém ingressado na vida adulta, precisa escolher em apenas alguns meses aquilo que ele quer estudar para exercer como profissão pelo resto da vida. Não é uma decisão fácil. Muitos adolescentes se sentem um tanto inseguros na hora de decidir - ora, há tantas áreas interessantes e tantas opções, como é que se espera que ele escolha assim, tão rapidamente?
É uma fase deveras assustadora, mas que também pode ser empolgante. É nesse momento que o jovem percebe que sua infância foi embora, andando devagar e sempre como uma lagartinha, enquanto o futuro chega sambando e se jogando em cima de seus braços inexperientes. É um momento crucial para que o jovem possa amadurecer e consolidar seu caráter e suas escolhas. O futuro bem que podia bater na porta, mas o que podemos fazer? Só o que nos resta é deixá-lo entrar e lhe oferecer uma xícara de café enquanto projetamos alguns objetivos para nossas vidas.
O mundo está cada vez mais complexo e especializado, e está exigindo profissionais cada vez melhores. Cabe aos jovens de hoje mostrar toda a capacidade que possuem, toda a garra, toda a força de vontade. O mundo descarta aqueles que não tem nada a oferecer, mastiga-os e os cospe. As cobranças que chovem sobre nós possuem algum fundamento - o nosso espaço na sociedade dependerá apenas do nosso próprio esforço.
Você, indivíduo, não espere. Dizem por aí que as recompensas para aqueles que fazem acontecer são muito boas...
E A PERGUNTA É...
Você, que possui um sonho ou um objetivo de vida, o que está fazendo para que ele se torne realidade?

 
 
- Laila.


domingo, 3 de agosto de 2014

O pesadelo se chama Ebola

Não é mais novidade para ninguém que, nos últimos meses, o continente africano vem enfrentando a maior e mais mortal epidemia de Ebola de sua História.
Cara, o vírus do Ebola é uma coisa extremamente maligna. Ele possui um período de incubação que pode chegar a até 21 dias, mas a partir daí começa a sacanagem - ele pode matar em até 10 dias. É difícil até para mim imaginar um indivíduo com febre alta, dores de cabeça, inflamação na mucosa dos olhos, e pensar que isso pode evoluir para diarreia, vômitos e insuficiência hepática e renal, hemorragias internas e externas, dentre diversas complicações que podem matar a pessoa de maneira rápida e dolorosa.
É estranho pensar que o Ebola é como uma gripe - há um vírus, que causa seus sintomas e deixa a pessoa debilitada. A diferença é que, no caso da gripe, o corpo é perfeitamente capaz de eliminar o vírus por conta própria se for mantido sob um tratamento constante. Já o Ebola exige mais - ou o paciente morre ou seu corpo encontra, não se sabe de onde, forças para combater o agente infeccioso.
E A PERGUNTA É...
Na verdade, é mais um desabafo. Eu acho incrível e louvável o trabalho que os Médicos sem Fronteiras estão fazendo na África Ocidental, apesar das imensas dificuldades que eles enfrentam. Acredito que essa epidemia possa ser barrada antes que fique ainda pior.
É perturbador imaginar o desespero que as pessoas de lá estão enfrentando. Imaginar que há centenas de pacientes prostrados em macas, recebendo soro, com infraestrutura precária e pouquíssimas chances de sarar. Imaginar que, em alguns lugares, as pessoas chegam a rejeitar a ajuda dos médicos, não sei se por medo ou por falta de informação. Sério, eu li que alguns médicos chegam a ser atacados!
Bom, da minha parte só o que posso fazer é esperar que as pessoas de lá não percam a esperança. Espero que a conscientização sobre a doença possa se espalhar e que mais pessoas possam se prevenir. Eu acredito seriamente que a África vai superar essa epidemia e que, no final, as pessoas vão ter muito mais conhecimento sobre como se prevenir e tratar os doentes. Torço para que eles continuem firmes nessa batalha, eles tem, com toda a certeza, capacidade de passar por cima dessa doença.
Afinal, assim como os sonhos, todos os pesadelos chegam ao fim. Rezo para que, no caso do Ebola, não seja diferente.

 
 
- Laila.


sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Diga a fofoca, somente a fofoca, nada mais que a fofoca!

Aposto que, quando você olhou o título desse post, pensou que eu fosse falar mal de fofoca.
Na verdade, a fofoca tem várias vertentes. A maioria delas é maldosa, quando nós usamos mal a nossa língua para nos metermos na vida dos outros sem havermos sido convidados.
Fala sério, isso não cansa? Eu, sinceramente, detesto quando as pessoas vêm achar que sabem mais sobre mim do que eu mesma. Há muito tempo, eu deixei de prestar atenção ao que elas dizem - tantas abobrinhas já foram ditas que, hoje em dia, nem elas mesmas sabem mais o que era ou não era verdade. Eu decidi que não vou mais me incomodar com isso, aliás, acho que ninguém deveria se incomodar com isso. Ninguém é obrigado a se importar com coisas ou pessoas idiotas.
Eu gosto daquela fofoca saudável, quando você está com algum amigo conversando sobre a sua vida e a dele, trocando segredos e compartilhando micos, um rindo da cara do outro. Se é para fofocar, fofoque direito. Fale sobre o que realmente importa, deixe que os outros cuidem das suas próprias vidas! Se as pessoas quisessem que o mundo ficasse sabendo de suas vidas, elas fariam vídeos e os colocariam no YouTube.
Eu gosto de fofocar sobre muitas coisas - uma delas é sobre os meus personagens, que vivem nos livros que eu escrevo. A-d-o-r-o conversar com amigos sobre os segredos mais íntimos deles, e receber ideias novas para as características mais bizarras e originais! Gosto, também, de fofocar sobre as novas descobertas da Ciência. Tive amigos que quase grudaram fita adesiva na minha boca de tanto que eu falava sobre aquele novo planeta que havia sido descoberto ou sobre os livros do Stephen Hawking que eu lia. Eu também vivia fofocando, para quem quisesse ouvir, sobre o excelente trabalho que meus artistas favoritos vinham realizando. Eu sei o que você vai dizer - ué, mas isso não é ficar cuidando da vida dos outros? Veja bem, eu fofoco sobre o trabalho deles que eu admiro, não estou nem um pouco preocupada com a vida pessoal deles. Nesse caso, já não é mais da minha conta.
Sério, cuidar da vida dos outros é muito chato. Na minha opinião, é até brega. Atormentar e irritar os outros por causa de fofoca é o cúmulo da estupidez. A fofoca maldosa pode te fazer perder oportunidades, até mesmo amizades.
Ei, duvido que eu seja a pessoa mais estranha que você já encontrou na vida. Ou na Internet.
E A PERGUNTA É...
Enfim, e você? Quais são as suas fofocas mais loucas que não tem a ver com a vida alheia? Para você, é possível existir uma "fofoca do bem"?
 
 
 
- Laila.