Quantas vezes as pessoas escutam falar de desgraças acontecendo ao redor do mundo, mas não se importam? Afinal, a desgraça ainda não bateu na porta de casa, não é?
Bom, o Brasil está enfrentando algo assim. Há mais de seis meses, as chuvas que regularmente abasteciam a região sudeste não apareceram. O governo percebeu a irregularidade, mas não tomou nenhuma providência. Logo, o nível de água nos reservatórios começou a baixar. São Paulo, por ser uma cidade gigante, começou a sentir rapidamente os efeitos colaterais da falta das chuvas.
TODO MUNDO SABE que São Paulo é uma cidade enorme e que precisa abastecer milhares de pessoas com água todos os dias. Todo mundo sabe que, independentemente da cidade, há desperdício de água. No entanto, não seria mais sensato alertar a população da crescente falta de água devido à ausência de chuvas? Bom, não foi isso que o governo pensou.
Não houve alerta, não houve conscientização popular, não houve sequer transparência - os governantes do estado de São Paulo e principalmente da cidade em si não admitiam de maneira alguma que estava faltando água. Logo, a água começou a ser racionada na região metropolitana de forma incisiva, e o cotidiano de muitas famílias virou de cabeça para baixo.
Um cerco de secura e racionamento começou a se formar ao redor de São Paulo, como se alguém enrolasse uma corda em torno do pescoço de alguém e fosse apertando gradativamente. Em breve, não vai haver mais saída - a água terá de ser racionada em todas as residências, sem exceções. A cidade está sempre em crescimento, mas os reservatórios de água não estão acompanhando. As pessoas continuam desperdiçando, acreditando que a desgraça nunca virá bater em suas portas.
As eleições estão se aproximando, e com elas, a realidade. O que muitas pessoas ainda não perceberam é que, após os governantes serem eleitos, o racionamento de água em São Paulo vai explodir como uma bomba atômica. Ninguém será poupado.
A população precisa entender que, mesmo em um país com abundância de água como o Brasil, há a possibilidade de falta de água e que medidas precisam ser tomadas quanto a isso. Caso contrário, as coisas nunca vão mudar.
E, infelizmente, acho que nem a dança da chuva pode nos ajudar agora.
- Laila.
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