quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A etiqueta do "melhor amigo"

Olá!
O tema de hoje é um assunto que, pela primeira vez, eu senti na pele - Friendzone.
Não faça essa cara de perdido! Eu sei que você também já sentiu isso ou já viu acontecer com alguém.
Se você ainda não sabe do que eu estou falando, eu explico. A famosa friendzone é quando, no caso, você está interessado em alguém - normalmente um amigo ou uma amiga - e essa pessoa descarta qualquer tipo de relação a mais com você, ela te coloca na "zona da amizade", que seria a tradução literal do termo em inglês. Muitos podem ser os motivos. Às vezes, a outra pessoa realmente não sente nada a mais por você além da amizade. Em outro caso, ela pode ter medo de estragar a amizade ao iniciar uma relação mais íntima. Mais ainda - ela pode ter medo de perder completamente a amizade com você, e por isso já te colocou direto na friendzone para sair desse perigo.
A fossa, no entanto, é mais embaixo.
É claro que, quando se gosta de alguém, o sentimento não se vai de um dia para o outro. Ninguém consegue dormir gostando de uma pessoa e acordar indiferente a ela no dia seguinte. Isso seria loucura pura. A situação entre as pessoas envolvidas se torna bastante delicada - qualquer pisada em falso pode colocar a perder muito do que elas já construíram juntas até então. Os sentimentos, meu amigo, são como diabinhos - eles estão sempre brincando com você ou atormentando as suas madrugadas. A situação fica ruim para o interessado, que, ao perceber que não é correspondido em seu sentimento, pode acabar mergulhando em tristeza por um tempo. Em casos mais graves, há pessoas que entram em depressão, e nesse caso é melhor buscar cuidados médicos. A situação também fica ruim para o alvo do interesse, que, ao se sentir pressionado a corresponder ou dar uma resposta, pode escolher se afastar do outro até o problema sumir.
Ambos sabem, no entanto, que o problema não vai sumir. Diferentemente das suas roupas que saem sujas da sua gaveta e retornam limpas, o seu problema não vai sair cabeludo da sua vida e voltar barbeado. Muitas vezes, é preciso que ambos os lados tenham maturidade para lidar com isso da melhor maneira possível.
Uma alternativa para problemas com friendzone é sentar e conversar. Sejam sinceros um com o outro, exponham seus medos e receios em relação ao que vai acontecer com a amizade. Eu entendo que, talvez, muitos tenham certa dificuldade em se abrir para discutir relacionamentos, mas o outro não vai conseguir adivinhar o que se passa na sua cabeça a menos que você lhe conte. Ele não tem obrigação nenhuma de adivinhar, e o mesmo vale para você.
É difícil? Claro que é, ninguém gosta de ser jogado na friendzone. Muitas pessoas, inclusive, não conseguem se acostumar com a etiqueta de "melhor amigo" que receberam e acabam por se afastar do outro. Se você realmente julgar que a amizade vale o esforço, lute por ela e supere os problemas aos poucos, sem pressa. Mas, se você achar que o convívio está te fazendo algum mal e precisar de um tempo só para você, não tenha medo de tomar uma atitude. Se um dos lados não está feliz, significa que há algo errado naquela amizade. É preciso que um saiba respeitar o sentimento do outro e vice-versa.
Lembre-se de que, assim como você, ninguém gosta de receber etiquetas.




 
- Laila.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Curiosidades sobre o Natal

Olá!
Bom, todos nós sabemos que o Natal está se aproximando. É uma data comemorativa em que celebramos o nascimento do menino Jesus... Isso vale para algumas religiões, é claro.
O Natal acontece, no Brasil, no dia 25 de dezembro. É uma época em que as pessoas montam seus pinheiros em casa, enfeitam com bolinhas, anjinhos e flocos de neve purpurinados e colocam estrelas brilhantes no topo. Alguns ainda penduram luzinhas pisca-pisca nas janelas e varandas. Há o costume de trocar presentes com a família e os amigos e de realizar uma ceia no dia anterior, a véspera, na qual a tradição é comer peru, mas algumas pessoas o substituem por peixe ou mesmo chester, aquela coisa estranha que todo mundo já comeu, mas ninguém jamais viu...
Ah, como as casas ficam bonitas na época de Natal! As famílias decoram suas casas com bonequinhos e velas perfumadas, algumas penduram guirlandas em suas portas e outras ainda usam gorros de Papai Noel.
Procurando informações a respeito desta data comemorativa, eu encontrei algumas curiosidades:

- O peru, alimento tradicional da ceia, era um animal criado pelos índios que viviam no México. Ele foi servido à mesa pela primeira vez num dia de Ação de Graças, no estado de Massachusetts, nos EUA, no ano de 1621.
- As velas acesas dentro das casas ou sobre a mesa de refeição simbolizam a própria luz do profeta Jesus, renovando a vida.
- O presépio que as pessoas montam em suas casas, representando o nascimento do menino Jesus, seria uma criação de Francisco de Assis, que o haveria feito através de uma apresentação de teatro.
- As bolas natalinas teriam surgido como uma alternativa aos enfeites antigos utilizados nos pinheiros, como maçãs e pedrinhas coloridas.
- A estrela, que é colocada no topo do pinheiro de Natal, serviria para trazer felicidade e representaria o próprio menino Jesus.
- Os presentes deixados embaixo do pinheiro são uma referência aos Três Reis Magos, que teriam presenteado o menino Jesus com ouro, incenso e mirra no dia de seu nascimento.
- O Papai Noel, figura que traz felicidade às crianças, teria sido uma homenagem a um bispo chamado São Nicolau, que teria levado presentes para as crianças mais pobres.
- O boneco de neve, comum em países mais frios, seria apenas uma forma de distração para as crianças, sem um real significado para a data.
(Site: http://www.mundoeducacao.com/natal-1/curiosidades-natal-1.htm)

A única parte ruim do Natal, na minha opinião, é que nós vivemos em um país tropical e não temos neve para fazer bonecos. Eu já vi algumas pessoas fazerem bonecos de massa de biscuit, usada para modelar, ou mesmo com massa de bolo. Outras pessoas fazem bonequinhos de biscoito, com botões coloridos de açúcar. De qualquer forma, o importante é deixar o seu Natal bem bonito e açucarado! Aproveitando que ainda temos alguns dias antes que o Natal realmente chegue, deixarei aqui o link de dois vídeos que ensinam a fazer algumas coisinhas em casa personalizadas para o Natal. Esses vídeos fazem parte do canal de uma artista plástica do YouTube conhecida como Maddu Magalhães. Inscrevam-se no canal dela, tem muita coisa boa por lá.






- Laila.



sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

E a saudade levou...

"De repente, tudo parecia real.
Eu juro, naquele instante eu era capaz de sentir a brisa por entre os fios do meu cabelo!
Podia, sob meus dedos, sentir a textura da grama. Sentia, também, a temperatura fria da terra sob minhas palmas. O sol brilhava, despido. Não havia nuvens em torno dele e ele não parecia sentir vergonha. Ele me sorriu, do alto, com malícia. Estaria ele rindo dos dilemas que via em meus olhos? Vai saber...
O céu, naquele dia, tinha tons de aquarela. Vi, na água cristalina do lago diante de mim, o reflexo da saudade em meu rosto. Ninguém mais poderia ver, mas ela estava ali, isso eu posso afirmar. Como poderia eu negar sua presença? Ela se instalou e não pediu licença... Consigo, ela trazia uma surpresa. Ora, nós sabemos que a saudade maltrata as pessoas. Mesmo assim, eu não tive coragem de mandá-la embora.
Ela me trouxe você.
Naquele momento, eu pude sentir o calor da sua respiração. Ouvi a sua voz, grave e distante, murmurando meu nome. Eu podia ver seu rosto, seu sorriso maroto, seus olhos escuros de garoto. Senti seus dedos se entrelaçando aos meus e um arrepio me percorreu, admito. Não pude evitar. Já havia me esquecido das coisas ao meu redor - havia me perdido em você. Lembrei-me dos beijos que nunca demos, dos abraços que nunca vieram, do medo que nos segurava.
Eu podia ouvir, claramente, seus sussurros me contando segredos sobre os seus medos, seus sonhos, seus raros momentos de felicidade. Eu acompanhava o seu riso e me perguntava quantas vezes o medo já o havia tirado do seu rosto. Eu me perdia em seus olhos, eu mergulhava no labirinto confuso que era o seu coração. Não havia mapa, nem mesmo setas - até você tinha medo de entrar ali...
Ao pousar minha cabeça em seu peito, eu podia ouvir as batidas molhadas do seu coração. Naquele instante, fiquei imensamente grata por ouvi-las - não suportaria se ali houvesse apenas o silêncio.
Eu sabia, e como queria poder te chamar de meu, de menino, de amor. Queria poder mexer no seu cabelo, nos contornos do seu rosto e dizer para você que a sua existência, para mim, é sinônimo de felicidade. Queria estar ao seu lado mesmo na tristeza, para poder confortá-lo e dizer que tudo ficará bem.
De repente, um susto. Meus olhos, de súbito, se abriram - mas já não estavam abertos?
Pude ouvir o barulho da chuva pingando na janela. Meus sonhos me levaram para longe, mas as nuvens escuras me trouxeram de volta à realidade. Não entendo... Eu não queria voltar. O céu estava nublado, as ruas estavam molhadas e o vidro da janela estava frio, assim como a distância que me separava de você.
A tristeza está em meu colo e a saudade está rindo de mim. Quero pedir a ela que pare, mas ainda não tenho coragem. Eu juro que eu senti, eu juro. Ela, no entanto, tirou aquilo de mim. Ela me fez lembrar que eu estava longe, muito longe de você.
O céu já não tinha mais os tons de aquarela."

- Laila.



domingo, 30 de novembro de 2014

E agora, acabou?

Hellooooooooooooooooooo...
Então, eu entrei em uma fase da minha vida que eu tinha muito medo de enfrentar... Aquela fase clichê de quando você, estudante, chega ao fim da sua jornada escolar. Pare de rir, não é coisa boba! É assustador, só que você não imagina o quanto até que ela chega até você e belisca o seu bumbum.
No fim da jornada, você se depara com as novas cobranças - precisa se inscrever para o vestibular, precisa passar, precisa estar em dia com os estudos, precisa entrar na faculdade, precisa escolher o que quer fazer do seu futuro... HELP! Os Beatles tinham razão, nós precisamos de ajuda! São muitas escolhas a serem feitas de uma só vez! Já pensou na dor de cabeça? Haja sorvete para acalmar os ânimos...
Você deve estar pensando que não há como piorar, mas eu ainda não terminei... Muahaha. A pior parte, pelo tanto de coisas que eu já ouvi a respeito, seria a despedida dos seus amigos. No último dia, você percebe quanta falta vai sentir desses endiabrados que atazanaram a sua vida o ano inteiro e fica mais ou menos assim:

Sim, eu sei. É triste.
Eu sinto muita raiva daquelas pessoas que insistem em dizer que o fim do colégio é o fim de algumas amizades, e que elas não serão levadas até a faculdade. Isso transforma esta nova etapa da vida em uma serra elétrica para as amizades! Não pode ser assim!
Nós sabemos que as amizades verdadeiras, aquelas que nós cultivamos por tantos anos, não podem acabar assim, apenas com o fim do colégio. A vida não funciona assim, as pessoas não funcionam assim. Se algo é muito importante para você, não são coisas pequenas que vão estragar o que você vem cultivando com tanto esmero. Amizades são como pequenos cristais - você os carrega nas mãos com cuidado, protegendo-os dos solavancos do caminho. Você é o responsável por decidir o quanto é preciso cuidar daquele cristal, quanta falta ele fará se quebrar. Assim são as amizades durante a vida. Você pode levá-las consigo durante a sua caminhada, mas você é quem decide o quanto elas realmente valem a pena.
Os amigos de verdade não se vão apenas com um sopro do vento, com uma mudança, com um afastamento inesperado, com uma nova fase da vida. Eles permanecem ali, eles te ajudam a vencer as distâncias, eles te dão motivos para continuar a construir a amizade. Sem falar dos melhores amigos - aqueles que já se tornaram irmãos e que, independentemente do que aconteça, você os leva consigo no coração, no pensamento, até mesmo nos olhos.
As amizades só precisam acabar se você quiser que elas acabem. Ela pode ser cultivada por anos e anos - se ambos os lados desejam-na, ela sobreviverá. O mundo de hoje é extremamente interligado e globalizado, é muito fácil manter contato com aqueles de quem se gosta.
Perdê-los? Isso é coisa de gente boba.
Se você tem amigos, melhores amigos ou mesmo irmãos que deseja levar consigo em sua vida, não os deixe ir. Pelo menos, não por qualquer pedrinha no caminho. Saiba dar valor àquilo e àqueles que realmente importam. É clichê? Claro que é, mas eu não te perguntei nada.
E agora, acabou? Não.
Nós não escolhemos os começos, mas com certeza podemos decidir os finais.

- Laila.


sábado, 22 de novembro de 2014

Não olhe agora... O que é isso atrás de você?

Olá!
Bom, desta vez eu vou discutir um pouco com você sobre medos. Do que você tem medo?
Você, provavelmente, está se lembrando do último filme de terror no qual você quase mijou nas calças de medo, ou mesmo do seu amigo estraga-prazeres que não tem medo de nada e ainda ri das cenas de susto. Eu, no entanto, não estou falando desse medo momentâneo.
Eu estou falando do verdadeiro medo.
O ser humano é um animal racional. Apesar disso, sua lista de medos é extensa e variada. O medo é algo irracional, mas ninguém liga para isso - você tem medo de alguma coisa e ponto final. As pessoas podem ter medo de muitas coisas, tais como - insetos, escuro, palhaços, morte, barulhos, altura, sangue, água, aranhas, cobras, cavernas, solidão, animais com dentes muito grandes... A lista é extensa, como eu já disse, então vamos deixar em aberto a sua continuação.
Deixe-me contar uma coisa para você - sentir medo é uma reação natural do organismo. O medo serve até mesmo como uma forma de proteção, ele pode evitar que você corra riscos que podem custar a sua vida, a sua sanidade ou o bem-estar do seu corpo. As pessoas que não sentem medo acabam se tornando inconsequentes, e isso, sim, é uma coisa ruim.
O medo existe desde os primórdios do mundo.
Certos medos nós acabamos por superar ao longo dos anos, aqueles medos pequenos que se tornam ainda menores com o passar do tempo. Outros, um pouco maiores, exigem um tantinho a mais de esforço. Certas vezes, você vai precisar enfrentar os seus medos e fugir deles vai ser a pior alternativa. Confie em mim, é difícil, mas não é impossível. Você consegue.
Se você tem algum medo e acha que não é capaz de superá-lo por sua própria conta, vá atrás de ajuda. Peça ajuda aos seus amigos, aos seus familiares ou até mesmo o auxílio de um profissional. Não há nenhuma vergonha em sentir medo, lembre-se de que ele é algo natural. A pior coisa que você pode fazer consigo mesmo é viver a vida mergulhado em medos. Eles podem te restringir, podem fechar algumas portas na sua vida. Sendo assim, é melhor enfrentá-los antes que eles tomem o controle e seja ainda mais difícil fazer a volta.
Se você é uma pessoa que gosta da sensação de medo, tudo bem. Se você é uma pessoa que se assusta ou se impressiona com muita facilidade, evite se expor à situações onde você possa estar sujeito ao medo. Evite filmes de terror, não leia histórias de terror, não converse sobre terror. Peça para que as pessoas próximas a você respeitem isso. A prioridade é preservar você.
O medo sempre existiu e sempre existirá. Não deixe que ele controle a sua vida!
E você, tem medo do quê?

 
- Laila.


domingo, 16 de novembro de 2014

Volte já aqui, sonho!

Olá!
Cara, eu vou te contar uma coisa. SONHOS SÃO MUITO DIFÍCEIS DE ALCANÇAR!
Que raiva! Parece que os sonhos são iguais a balões de hélio - um descuido seu e eles se soltam das suas mãos ou da sua imaginação e simplesmente saem voando, para bem longe... E você fica igual a um canguru torto, correndo e pulando atrás para pegar o sonho de volta.
Nós, seres humanos, já somos em mais de sete bilhões ao redor do mundo. Pense você quantos sonhos já existem e estão sendo realizados! A cada vez que o dono de um sonho morre, outro nasce para dar continuidade a um novo sonho. É um ciclo sem fim, que nos guiarááááá... Na dor e na emoçããããão...
Eu sei, isso é do Rei Leão, mas o que eu posso fazer se a ideia é boa?
Enfim. Eu estou te dizendo que os sonhos são muito difíceis de alcançar por experiência própria. Eu mesma estou vivendo essa dificuldade. As pessoas possuem sonhos muito variados - algumas sonham em viajar para algum lugar exótico, outras sonham em nadar com golfinhos ou visitar os recifes de coral, outras ainda sonham em morar em outro país, conseguir um emprego melhor, encontrar a sua alma gêmea... O meu sonho, por exemplo, é publicar o meu livro. Eu sou escritora desde que nasci, mas só fui me descobrir aos sete anos de idade. Desde então, estou escrevendo livros e histórias diversas e poesias há uma década. No entanto, existem milhares de outros escritores no Brasil e no mundo que competem por notoriedade. Afinal, o sonho de todo escritor é ter o seu trabalho reconhecido. Para obter destaque nessa área, é preciso ser o melhor ou ser muito sortudo.
Eu estou na busca para a realização desse sonho. Estou fazendo tudo o que está ao meu alcance, e estou enfrentando muitos obstáculos pelo caminho - não é nada fácil, já me diziam os amigos e os familiares. Quer saber? Eles tinham toda a razão.
Vou te dizer uma coisa, e quero que você preste muita atenção - se você tem um sonho e deseja muito que ele se realize, não desista jamais. Ele pode demorar muito para acontecer, mas a possibilidade existe e você não deve deixá-la escapar. Você irá encontrar muitos obstáculos no seu caminho, talvez você pense que não é bom o suficiente ou que jamais terá um espaço para mostrar do que é capaz, mas isso NÃO É VERDADE! Continue, sempre em frente! Vá atrás, peça ajuda aos seus amigos e familiares! Se você tem um dom, com certeza ele será reconhecido! Aperfeiçoe-se, seja sempre o melhor que você pode ser, as portas sempre se abrem a pessoas assim!
Sonhos são coisinhas muito difíceis de alcançar, vai por mim, eu sei do que estou falando. No entanto, eu acredito que você seja capaz de alcançar o seu.
Não desista nunca! A sua chance ainda vai chegar. O seu balão de hélio ainda retornará às suas mãos.

- Laila.





quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Vai que é sua, vestibulando!

Olá!
Esta mensagem é especialmente dedicada àqueles que vão começar ou já começaram a maratona de vestibulares.
Alguns, como eu, ainda vão iniciar essa fase. O Enem já está beliscando o nosso pescoço, e esta é a sua chance de mostrar tudo o que você aprendeu até agora. Eu sei que muitos de vocês estão se sentindo nervosos, até mesmo despreparados - e se tudo o que eu estudei até aqui não for o suficiente??
Lembre-se que o vestibular cobrará de você conhecimentos que você já possui, coisas que você já aprendeu e fará com que você explore novas maneiras de resolver os problemas. Às vezes, não se trata de dificuldade - você só precisa explorar a sua criatividade.
Essa fase que está começando pode parecer um bicho de sete cabeças - ok, talvez quinze cabeças - mas não será tão ruim assim. Você sabe mais do que qualquer outra pessoa o quanto você estudou e se preparou até aqui, e não se atreva a duvidar da sua capacidade! Se você já decidiu o que quer fazer da vida, se você já sabe até onde quer chegar, vai que é sua! Arriscando-se pelos seus sonhos, você só tem a ganhar! Você pode até pensar que algumas coisas estão além do que você consegue fazer, mas não transforme isto em uma regra. Se você realmente quiser alguma coisa, eu sei que você vai fazer de tudo para conseguir. Se você ainda não decidiu o que quer fazer do seu futuro, sem estresse! Você ainda tem muito tempo para decidir! Busque informações, converse com os seus amigos, com os seus professores, visite universidades! O mundo, por mais que não pareça, ainda tem muito espaço para você.
Aqui vão algumas dicas que recebi de professores e amigos, e que podem te ajudar a lidar com a pressão:
- RESPIRE FUNDO! Eu sei que parece assustador, mas você consegue! Pare de duvidar da sua competência. E, se você está seguro de si, compartilhe essa confiança com os outros!
- O TRAVESSEIRO É SEU AMIGO! Durante a fase de vestibulares, é muito importante deixar o organismo descansar o suficiente. Durma direito para que o seu desempenho nas provas seja o melhor possível, para que você aguente a longa duração das avaliações.
- SAI DE MIM, LEI DE MURPHY! Você já sabe - sempre pode acontecer um imprevisto na hora H! Para evitar transtornos, separe a documentação necessária, a ficha de inscrição, os materiais obrigatórios, até mesmo um lanche esperto. Faça isso dois dias antes! Desse modo, as chances de acontecer alguma coisa inesperada se reduzem muito!
- NÃO DESISTA NUNCA! Se, por algum acaso, você não conseguir entrar na faculdade que deseja... Nada de surtar! Você pode tentar de novo no ano que vem! Isso não significa que você não seja bom, não deixe que ninguém te diga que você não é bom! Você ainda receberá muitas oportunidades, fique tranquilo! Sempre é hora de tentar mais uma vez.
- VÁ PELO FARO! Comece pelas áreas nas quais você possui mais facilidade. Isso pode te deixar mais confiante para resolver as questões mais difíceis. Não perca tempo! Interprete, leia de forma dinâmica, use toda a sua força de vontade!
Só o que me resta lhes dizer agora é BOA PROVA! Já dizia um grande professor meu que sorte só se deseja àqueles que não se prepararam.
 
 
- Laila.


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Estarei ali... A uns 403 quilômetros de você.

Olá!
Fale sério comigo - a vida tem muitas coisas ruins, mas uma das piores, certamente, é a distância.
Muitas pessoas passam grande parte de suas vidas morando em um lugar fixo, em uma cidade fixa - ali, elas constroem relacionamentos, ligações fortes que exigem uma energia muito grande para serem rompidas. Elas se acostumam a uma determinada rotina, a uma certa paisagem, a um certo nascer do sol. Elas constroem planos para o futuro, elas vislumbram sua trajetória.
De repente, a vida pode tirar isso delas.
Digo por experiência própria - a distância é impiedosa, ela não sente compaixão por ninguém. Às vezes, uma pessoa que nada fez para ofender o destino tem sua vida virada de cabeça para baixo. Que dilema! Em pouco tempo, as circunstâncias a forçam a se desapegar de tudo o que ela conhece para que ela vá para um lugar completamente estranho e assustador. Não ria, isso é sério!
É triste abrir mão de tudo o que você conhece e ama. Mesmo que você não esteja indo para muuuito longe, ainda assim não será a mesma coisa. Como explicar isso aos seus amigos? Como é que você vai fazer para explicar a eles que a saudade, talvez, transborde o seu coração?
Os primeiros meses são difíceis, não vou mentir para você. Ao abrir a janela, a paisagem não é mais a mesma. O barulho dos carros está diferente, parece até que o ar está diferente - dá medo de sair de casa. Aquele ainda não é seu quarto, nem mesmo o seu céu.
No entanto, você ganha dois professores - o tempo e a própria distância. O tempo te ensina que o desconhecido pode se tornar conhecido, e que, talvez, ele possa ser até mesmo uma coisa boa. O tempo vai te mostrar que existem novas pessoas, esperando que você as descubra. Ele vai te mostrar que, às vezes, as mudanças acontecem para que você cresça e se torne mais forte.
Já a distância...
Como eu disse, ela é impiedosa. Essa professora te mostrará que existe uma coisa chamada saudade, algo que, se você não aprender a controlar, pode envenenar o seu coração. Ela vai te mostrar, sem pedir e sem perguntar se você quer saber, quem são os verdadeiros amigos. Ela vai esfregar na sua cara quem são aqueles que realmente alimentam por você a mesma saudade que você alimenta por eles. Ela vai te mostrar o que é medo, o que é insegurança. É difícil, eu sei. É uma lição que nós precisamos aprender.
No fundo, as mudanças na vida são necessárias. Elas doem, elas nos empolgam, não podem ser ignoradas. Apesar dos desvios do caminho, nós ainda somos responsáveis por construir a nossa própria estrada. Os erros e os acertos dessa jornada nos tornam fortes e nos mostram, sem sombra de dúvida, do que é que nós somos capazes.
Você ainda deixará muitos amigos, muitas paisagens, muitas lembranças e muitos sonhos para trás. Isso, contudo, não quer dizer que você vá abandoná-los para sempre. Na hora certa, você vai saber quais deve resgatar. Você ainda deixará muitos amores e muitos portos seguros rumo ao desconhecido. A distância existe para nos lembrar de quão perto queremos estar das pessoas que amamos.
Se precisar de um amigo, eu estarei ali... A uns 403 quilômetros de você, mas estarei ali.
 
 
- Laila.



domingo, 26 de outubro de 2014

Hoje Eu Quero Voltar Sozinho

Olá!
Bom, ontem eu estava procrastinando em casa - hein? - quero dizer, eu não tinha NADA para fazer, quando decidi assistir a um filme. Tenho um certo medo de me sujeitar a filmes novos, mas procurei algum que eu ainda não houvesse visto. Fuçando o YouTube pelo celular, vi na coluna de vídeos recomendados o trailer de um filme nacional que havia sido lançado em abril de 2014, e que eu lembrava ter tido interesse em ver, mas havia deixado passar. Procurando, descobri que o YouTube disponibilizava o filme completo, com áudio e imagem de qualidade. Sendo assim, fui assistir.
A duração do filme inteiro gira em torno de uma hora e meia.
Esse filme, dirigido e roteirizado por um cara lindo chamado Daniel Ribeiro, conta a história de Leonardo (Guilherme Lobo), um adolescente cego que procura, em sua rotina, conseguir fazer as coisas da maneira mais independente possível. Ele conta com a ajuda e a amizade de sua melhor amiga, Giovana (Tess Amorim), e com a proteção dos pais, embora, muitas vezes, ele se sinta restrito demais com a superproteção dos mesmos. Apesar de seu esforço diário para ser independente, Leo precisa lidar com a implicância de alguns colegas que se irritam com o fato de ele ser cego e dependente dos outros para certas coisas. Ele decide que quer fazer intercâmbio, encontrando nisso uma maneira de se tornar independente. No entanto, um aluno novo chega à classe dele, causando uma reviravolta em sua vida. Este aluno é Gabriel (Fábio Audi), que rapidamente se torna amigo de Leo e Giovana, e que vai fazer com que Leo comece a questionar coisas sobre si mesmo e que comece a se descobrir de uma maneira inesperada.
O filme é muito bem feito. Os cenários, os personagens, a trama... Todos esses elementos transformaram a história em algo natural, algo que o espectador consiga imaginar acontecendo na vida real. A relação entre os personagens - principalmente entre o trio principal - faz com que o espectador se questione acerca do que se trata, de fato, a verdadeira amizade. Até onde um ser humano pode se sentir restrito, até onde uma limitação física pode ser uma barreira entre você e os seus objetivos. O filme mostra, também, questões de aceitação social e de companheirismo. Os personagens foram muito bem construídos e os diálogos entre eles não parecem forçados. É uma obra nacional incrível.
Bom, fica aqui a minha recomendação para quem se interessar. Quem ainda não assistiu, assista! Vale muito a pena, e você pode encontrar este filme completo no próprio YouTube.
Quem já assistiu, conte para mim o que achou! Vou adorar saber!

 
- Laila.


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

O que te irrita?

Olá!
Se você for um ser humano normal, deve haver muitas coisas que te irritam, certo?
Eu, por exemplo, me irrito muito com pequenas coisas, tipo:
- Um cílio se solta do olho da pessoa e fica passeando pelo rosto dela. Cara, sai daí! A testa da pessoa não é lugar para você, seu cílio irritante.
- A pessoa está falando e tem um fio de cabelo preso na boca dela. Meu... Você pode falar a abobrinha que quiser, mas tire essa porcaria do canto da sua boca.
- Eu estou andando na rua e tem uma pessoa lerda na minha frente que não me deixa passar por ela. Meu querido, a calçada é tipo uma rodovia duplicada, você não precisa ficar no meio das faixas!
- O professor está explicando alguma coisa e a pessoa o interrompe para fazer uma pergunta óbvia. SE VOCÊ TIVESSE ESPERADO MAIS CINCO SEGUNDOS ELE IA EXPLICAR ISSO TAMBÉM, CARAMBA!
- Você precisa pegar o carro em um dia chuvoso, e todo o universo decide fazer isso ao mesmo tempo. Eu não entendo isso! A rua fica mais atraente quando chove, é isso?
- Você está doente e o seu amigo diz "nossa, que bad". NÃO, IMAGINA, EU AMO QUANDO AS CACHOEIRAS ESCORREM DO MEU NARIZ.
No entanto, o que mais me irrita é a hipocrisia das pessoas. Eu vejo por aí as discussões que estão acontecendo por causa das eleições e por causa da crise da água, vejo pessoas criticando e julgando umas às outras, mas não vejo nenhuma solução efetiva.
Eu não entendo isso. De que adianta discutir por causa de candidatos políticos? De que adianta arranjar brigas e destruir amizades por causa de divergência de opiniões? Cada um tem direito a um posicionamento, e os outros devem respeitar isso. Se for para discutir, que seja com dignidade. Afinal, se você não tem dignidade, o que te resta?
As pessoas tem uma mania muito irritante de jogar a culpa nos outros. Você nunca está errado, você não comete enganos - é sempre o outro. Contudo, as pessoas se esquecem de que, num determinado momento, não vai ter mais ninguém a quem culpar. Você vai colocar a culpa em quem, agora? Na planta do seu quintal? No matinho que cresceu na areia da praia? No vento que bagunçou o seu cabelo?
Sem respeito e sem dignidade, o nível das discussões cai e se reduz a nada. As pessoas perdem a moral, perdem a coerência, perdem tudo. Elas se transformam em coisas, e isso me irrita muito.
Já passou da hora de revermos alguns pré-conceitos...

(vontade de enfiar esses dentes em algumas pessoas...)
 
- Laila.


domingo, 19 de outubro de 2014

Em um relacionamento sério com o Word...

Olá!
Cara, vou te contar um segredo.
Quando eu era criança, comecei a demonstrar aptidão para a escrita. Com sete anos, eu já escrevia poemas, e com nove eu comecei a escrever as minhas primeiras histórias. Meus pais e familiares me encorajaram a investir nisso, a escrever mais e mais. Meus amigos começaram a se interessar pelo que eu escrevia, pelas aventuras e personagens que eu criava. Eu achava isso uma delícia, pois escrever é uma atividade que me fornece imenso prazer, e parece ser inerente a mim - se passo longos períodos sem escrever, posso me tornar agressiva, de modo que sempre tenho que ter um caderno ou um computador em mãos.
Quando comecei a escrever livros, entrei em uma nova fase da minha vida. Além da minha coletânea de poesias, eu tinha os projetos de livro nos quais trabalhava. Comecei a evoluir, a amadurecer, a aplicar o que eu sabia a partir das centenas de livros que eu lera até então. Descobri que não era tão simples quanto parecia - o seu livro, além de coerência e personagens cativantes, precisa passar alguma mensagem ao leitor, caso contrário, ele não possui valor. Após sete livros despretensiosos, tive uma ideia, sobre a qual decidi me empenhar. Ela se transformou em uma trilogia, na qual ainda estou trabalhando.
Algumas pessoas tendem a ser cientistas, professores, esportistas, empresários, artistas, bem como engenheiros, filósofos, políticos, autodidatas, escritores...
No entanto, eu levei um chute de realidade direto no estômago. Para nos destacarmos em nossos campos de atuação, precisamos ser os melhores. Você, provavelmente, já ouviu isso dos seus pais - eles diziam a você que, para ter sucesso na vida, era preciso estar acima da média. Contudo, nós vivemos em um planeta que, atualmente, abriga mais de 7 bilhões de seres humanos. Todos eles possuem aptidão para alguma coisa, mas somente os melhores se destacam.
Às vezes, eu deito em minha cama e olho para o teto, desolada.
Por mais que eu ame o que sei fazer e que as pessoas digam que eu sei fazer muito bem, será que algum dia as outras 7 bilhões de pessoas poderão conhecer o meu trabalho? Será que, algum dia, eu serei capaz de passar a elas as mensagens que guardo dentro de mim?
Tantas coisas eu desejo fazer, e tantas vezes eu me sinto incapaz...
Você, que possui um talento seu e excepcional, invista nele. Desenvolva-o, torne-se o melhor que você puder, e então compartilhe-o com os outros, para que eles possam conhecer. Faça a diferença ao seu redor, seja o melhor que você puder ser.
O mundo precisa de pessoas assim, dispostas a mudar e a fazer a diferença.

 
 
- Laila.


quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dia de Professor

"Esta é a lista de tópicos que eu vou cobrar na prova".
"Fiz isso para ver se vocês estavam prestando atenção".
"Abram o livro na página... Qual era a página mesmo?".
"GUARDE ESSE CELULAR OU EU VOU JOGÁ-LO PELA JANELA!".
Olá!
Bom, desta vez eu queria falar de um assunto que, particularmente, eu considero muito importante.
Dia dos Professores, aqueles lindos!
Todos nós sabemos que o professor é um profissional essencial para a formação de um indivíduo. Ele dedica uma vida inteira a adquirir conhecimentos e a passar estes conhecimentos aos seus alunos, para que eles possam se tornar excelentes profissionais e pessoas de caráter.
O professor é aquela pessoa que passa muitos sábados e domingos corrigindo provas, planejando atividades e bolando projetos. Ele não mora na escola - como muitos pensam quando são crianças -, ele tem uma família, e esta pode ser constituída de pessoas ou, às vezes, de gatos. O professor é aquela pessoa que passa pela sua vida por um curto período, mas que deixa uma marca que, na maioria das vezes, o tempo não apaga - ela se tornou lembrança.
O trabalho de um professor é, indiscutivelmente, louvável. Eles nos conhecem, nos ensinam e então nos deixam ir. Às vezes, nos acompanham por mais alguns anos. Eles possuem diversas origens e diversas maneiras de ensinar - e esta singularidade é o charme que eles trazem consigo. Existem várias tipos de professores.
- PROFESSOR "MENTIRA, ELA FEZ ISSO MESMO?": é aquele que, além de ensinar, se dispõe a te ajudar se você tem algum problema. Ele gosta de saber dos assuntos da classe e de dar opiniões, e normalmente é conciliador.
- PROFESSOR "FALAR JUNTO COMIGO É UMA TREMENDA FALTA DE RESPEITO": é aquele que segue as regras à risca e cobra isso de seus alunos. No fundo, ele se preocupa - ele quer que seus alunos aprendam e tenham sucesso na vida, e usa a rigidez como ferramenta para atingir este objetivo.
- PROFESSOR "NÃO GENTE, NÃO É TODDY, É LEIS DE SODDY!": é aquele que pega os detalhes de sua matéria e os transforma em piadinhas ou trocadilhos. Muitos destes ele sabe que não tem graça, mas mesmo assim ele tenta. É a maneira dele de te mostrar que, mesmo que você deteste a matéria, ela ainda pode se tornar divertida.
- PROFESSOR "VOCÊS SABIAM QUE...": é aquele que gesticula bastante durante a explicação. Gosta de contar curiosidades a respeito de sua matéria, para despertar a atenção de seus alunos e levantar perguntas em relação ao tema a ser abordado.
- PROFESSOR "HOJE É PROPOSTA LIVRE, SÓ QUE MAIS OU MENOS...": é aquele professor que, mesmo com poucas palavras, sabe como conquistar o respeito e a dedicação de uma classe. Seus trocadilhos são sutis e ácidos, e sua personalidade equilibrada ajuda a classe a se concentrar no que deve fazer.
Como eu disse, existem diversos tipos de professores. Todos, porém, possuem algo em comum - são inesquecíveis. Muitos países no mundo ainda não aprenderam a valorizar estes profissionais incríveis, mas eu prefiro acreditar que isso é apenas uma questão de tempo.
Feliz dia dos Professores a estes mestres que nos ajudam tanto!

 
- Laila.


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Teria o Ebola chegado ao Brasil?

Olá!
Bom, recentemente eu li e ouvi no noticiário que o Brasil está lidando com um caso de suspeita de Ebola.
Todo mundo sabe do surto de Ebola que está assolando a África e produzindo centenas de vítimas todos os meses, o qual só foi detectado a nível mundial em março de 2014. Iniciando-se na Guiné, espalhou-se rapidamente para países próximos como a Libéria e Serra Leoa, já foi parar até mesmo nos Estados Unidos, onde houveram uns poucos casos isolados.
Lógico, todos sabemos que esta situação é uma calamidade. As pessoas que vivem no continente africano estão enfrentando algo que se assemelha ao inferno - estão morrendo devido a uma doença viral de 90% de índice de letalidade, que se espalha livremente, favorecida pela falta de estrutura, higiene e medicamentos em grande parte dos locais. Não há cura, tampouco vacina - o Ebola executa suas vítimas de maneira rápida e imensamente dolorosa. Não é fácil imaginar o sofrimento das pessoas que vivem lá.
No entanto, recentemente, um homem em Cascavel, cidade localizada no interior do estado do Paraná, apresentou sintomas que poderiam indicar que ele estava contaminado com o Ebola. Este paciente chegou ao país vindo da Guiné, um dos países africanos que concentra o surto da doença. Ele já foi transferido ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, para que se possa confirmar se ele está ou não contaminado com a doença.
Eu, particularmente, espero que este homem possa se recuperar de seja lá qual for a doença que o aflige. Contudo, não posso deixar de me preocupar - e se esta doença terrível alcançar o Brasil? O risco é baixo, já foi dito, mas não é impossível. Deveria haver uma fiscalização muito mais rígida por parte dos aeroportos e companhias aéreas em relação ao fluxo de passageiros vindos do continente africano. É claro que não pode haver uma restrição absurda a eles, mas é preciso tomar um cuidado imenso para que essa doença não se espalhe pelo resto do mundo. Precisamos ajudá-los, mas não poderemos fazer isso se tivermos que cuidar de doentes em nosso próprio país.
Sendo este paciente um homem adulto, eu presumo que ele esteja plenamente consciente do surto de Ebola que está massacrando seu país e, inclusive, da possibilidade de ele próprio estar contaminado. Neste caso, por que viajar para outro país num momento de tanta tensão e risco? Por que, ainda mais sabendo que havia a possibilidade de ele trazer a doença para cá? Ele foi imprudente, mas não apenas ele - os aeroportos e as companhias aéreas também.
O Brasil, apesar de ser um país emergente, ainda não possui condições satisfatórias para lidar com um possível surto de uma doença tão perigosa quanto o Ebola. Nosso governo é deficiente, nosso sistema público de Saúde ainda é muito deficiente. O Ebola bate à porta, e não podemos nos descuidar e deixá-lo entrar.
AINDA NÃO HÁ NADA CONFIRMADO EM RELAÇÃO AO BRASIL, PORÉM...
Do fundo do coração, espero que a África consiga passar por cima do inferno no qual está vivendo. Nenhum ser humano merece se contaminar com uma doença tão cruel quanto essa. Precisamos impedir que o Ebola se espalhe para outros continentes e combatê-lo no local onde está fazendo tantas vítimas.
O vírus do Ebola não veio brincar. Ou ele, ou nós.

 
- Laila.


sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Eu tenho cara de palhaço?

Olá!
Cara, eu preciso compartilhar isso com alguém. Se você tem acompanhado os debates entre os atuais candidatos à presidência da República, sabe exatamente do que eu estou falando.
No decorrer das últimas semanas, o eleitor brasileiro pôde acompanhar, em rede nacional, os debates entre os atuais candidatos à presidência da República. No entanto, dentre tantas perguntas e respostas, havia algo nos olhos de alguns candidatos que não passou despercebido a algumas pessoas - a crença de que o povo é estúpido.
Mais de uma vez, foi possível observar que, embora esses candidatos demonstrassem o desejo de representar o nosso país a nível global, não eram sequer capazes de oferecer uma resposta coesa às perguntas de seus adversários. Neste caso, qual seria a garantia do povo em relação à qualidade da oferta? Sabe-se que, infelizmente, grande parte da população brasileira ainda não possui níveis básicos de instrução. Contudo, isso jamais deve ser tomado como carta branca para que os candidatos descartem a seriedade em seus discursos, apenas por acreditarem que o povo pode ser facilmente ludibriado. Afinal, será que eles pensam que nós somos palhaços?
O eleitor vive o impasse de trocar seis por meia dúzia.
O histórico conturbado da política brasileira já é do conhecimento de muitos, e há muitos anos as pessoas veem os mesmos rostos e escutam os mesmos nomes no cenário político nacional. As eleições, atualmente, não servem mais para escolher o melhor candidato - elas se tornaram uma maneira de o eleitor escolher o representante que, em teoria, fará menos mal ao país.
Desde os tempos mais antigos - me senti uma múmia agora - o ser humano conhece as propriedades venenosas do poder. Ele corrompe, ele engana, ele induz más decisões. Além de tudo, ele ainda é subestimado por aqueles que o tem nas mãos! Tê-lo não é mais o suficiente - é preciso saber usá-lo, e os debates que precedem as eleições apenas mostram que os candidatos não possuem o discernimento necessário para assumir a presidência de um país tão rico e perturbado quanto o Brasil.
O povo brasileiro não mais precisa de mentirosos, salafrários e descumpridores de promessas no poder, representando-o de maneira inadequada. O povo precisa de um ser humano.
Isso, sim, é um assunto a se debater.

 
- Laila.
 

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Tão Tão Distante...

Olá!
Dizem que não é muito saudável passar longos períodos sozinho(a), porque isso acaba fazendo com que você pense demais.
Cara, não ria. É verdade.
Eu estava aqui pensando com meus botões - na verdade, é um zíper - na insignificância da maioria dos indivíduos deste mundo. Pelo menos, em determinadas circunstâncias. É lógico que cada um é muito importante para seus familiares e amigos, mesmo que em pequenos círculos. Normalmente, cada um de nós acaba, em algum momento da vida, tendo uma importância bastante significativa na vida de alguém, e me alegra saber que nós podemos, mesmo que brevemente, fazer a vida do outro ser um pouco melhor ou mais fácil.
Olha como eu estou dramática. Sabia que não devia ter comido aquele chocolate hoje.
Eu estava pensando nos ídolos de cada um. À exceção de algum sortudo que tem a oportunidade de conhecer seu ídolo, o resto de nós não tem tanta sorte assim. O trabalho de nossos ídolos é maravilhoso e eu defendo com unhas e dentes o direito de ele ser reconhecido. Eu admiro várias personalidades dos ramos artístico e acadêmico, e cada conquista delas me inunda de alegria. No entanto, às vezes, me encontro deprimida - é extremamente grande a possibilidade de que eu jamais tenha a oportunidade de expressar pessoalmente a minha admiração por aquele ídolo. Mesmo os mais próximos de mim - talvez eu nunca conheça a alegria de olhar em seus olhos e dizer que eles, de alguma maneira, mudaram a minha vida ou me ajudaram a superar alguma dificuldade. Não possuo traumas de infância, não possuo grandes perdas na família, não tenho deficiências físicas ou mentais - agradeço aos céus por isso, mas as portas não costumam se abrir à pessoas comuns como eu.
Quando vejo que alguma pessoa conseguiu realizar o meu sonho - o sonho de conhecer um ídolo -, mesmo que eu não a conheça, eu me sinto muito feliz por ela. Sei que, provavelmente, ela admirava aquele ídolo tanto quanto eu e me alegra saber que ela teve uma oportunidade. Porém, fico pensando e remoendo - não poderia ser eu?
Muitos dos ídolos que eu admiro já até se tornaram personagens dos meus livros...
Caramba, quanto drama! Ok, eu vou parar.
E A PERGUNTA É... Se você tivesse a oportunidade de conhecer um de seus maiores ídolos, qual seria?

(Benedict Cumberbatch é um dos ídolos que meu coração adoraria conhecer)
 
- Laila.

sábado, 27 de setembro de 2014

Adeus, parceiro.

Olá!
Não sei se você já parou para pensar em todas as coisas que habitam o seu quarto.
Bom, eu nunca havia parado para pensar nisso. Certo dia, um que deveria ser como qualquer outro, um furacão atingiu o meu santuário. Eu cataloguei esse furacão e o chamei de "Mãe-44AB".
Sem escolha, tive que acatar as mudanças que estavam acontecendo no meu cantinho. Eu detesto esse tipo de mudança. Nos dias que se seguiram, eu não sabia mais onde estavam as coisas. É por isso que nós chamamos de "bagunça organizada" - parece bagunçado, mas nós sabemos onde cada coisa está.
Enfim. Enquanto eu separava papéis, apostilas, livros, cadernos e o escambau, percebi que ainda tinha muitos brinquedos antigos guardados. Minha mãe os havia separado em caixas para que eu desse uma olhada e decidisse o que desejava manter e do que eu queria me desfazer.
Se você já assistiu "Toy Story", você consegue imaginar como eu me senti. Eu olhei para cada um deles, devagar, e me lembrei de todos os bons momentos que tivemos juntos. Eu me lembrei de todos os nomes que dei a eles, de todas as histórias que eu já inventei. Histórias que eu compartilhava com meus amigos, histórias que serviram de inspiração para alguns dos livros que eu escrevi. Histórias que, inclusive, me aproximaram de algumas pessoas.
Eu os olhei, eu os toquei, admirei cada detalhe, cada acessório. Anos de infância vieram à tona - todas as vezes em que eu estive sozinha e que eles estavam lá para me fazer companhia. Os brinquedos, no fundo, servem para isso - eles são máquinas de fazer lembranças. Eles estimulam a nossa imaginação, eles se tornam companheiros para momentos bons e ruins.
Foi difícil, confesso.
Foi como se cada um deles me olhasse intensamente, pedindo, e eu não estivesse conseguindo entender o pedido. Queriam ir, ou queriam ficar? Tive que escolher. Aqueles que não foram escolhidos para ficar serão destinados a novos lares. Sei que existem coraçõezinhos abertos por aí prontos para acolhê-los.
Foi uma grande lição. A vida, em certas ocasiões, nos dá oportunidades de desapegar e fazer escolhas. As pessoas crescem, o caráter cresce, as ideias crescem.
E, se tudo der certo, o coração também.

 
- Laila.


segunda-feira, 22 de setembro de 2014

A porta do quarto está fechada.

- Deixa a porta do quarto aberta, criatura!
- Não, mãe.
- Por que é que você só fica enfurnada nesse quarto?
- Não interessa, pai.
Olá!
Conte para mim, quantas vezes você já não passou por esse tipo de diálogo? Os jovens podem dizer, e os adultos podem recordar. Os pais, atualmente, desenvolveram uma cisma com a porta do quarto, esse objeto de madeira inocente, e não podem vê-la fechada sem se incomodar com isso.
Ora, não é o quarto o único canto da casa que você pode chamar de seu? É ali que você pode escolher ficar sozinho, pensando na vida, estudando ou mesmo se escondendo de algum problema. É como um refúgio - ali, você não deve satisfações a ninguém. Você pode tirar todas as roupas do armário e jogar tudo na cama até escolher o que quer vestir, você pode fingir que sabe cantar e deixar descer a Vanessa da Mata no seu corpo, você pode atirar o travesseiro na parede e descontar nele todas as desgraças do seu dia, você pode enfiar a metralhadora na cara dos inimigos com o seu videogame.
Afinal, o quarto é o seu cantinho.
A parte ruim é que, em sua grande maioria, os pais não entendem essa necessidade do jovem por espaço. Eles querem ter acesso visual à rotina dos filhos o dia todo, e isso é muito desgastante. Para complicar a situação - calma, ainda vai piorar -, os jovens em fase de vestibular são forçados a engolir uma tempestade de cobranças e críticas dos pais. Se você estudasse mais, não seria tão difícil, dizem eles, como se o filho passasse o dia inteiro vendo televisão. Eu preciso ver o que você está fazendo, não feche a porta do seu quarto, insistem eles, como se eles nunca houvessem ouvido falar de "privacidade".
É irritante quando as cobranças fazem com que o seu esforço pareça desprezível. Nem sempre o jovem corresponderá às expectativas de seus pais, e muitas vezes eles não entendem isso. O que fazer? Se eu soubesse, não estaria colocando meus pensamentos em um blog. Talvez você esteja no mesmo barco que eu, ou mesmo já tenha passado por isso. Enfim.
Vida longa à porta do quarto.
E A PERGUNTA É... A porta do seu quarto também é desrespeitada? É fácil para você lidar com as cobranças do dia a dia?


(minha cara quando entram no quarto sem bater)
 
- Laila.


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Barbixas (Improvável)!!!

Olá!
No dia 18 de setembro, eu passei pela realização de um dos meus maiores sonhos, e achei que seria interessante registrar aqui.
Eu fui assistir a um show de improvisação no Teatro TUCA, feita por um grupo conhecido como Cia. Barbixas de Humor. Eles se apresentam nesse teatro todas as quintas-feiras, às 21h30.
Bom, eu os conheci pelo YouTube. Esse grupo é composto por três rapazes - Daniel Nascimento, Anderson Bizzocchi e Elídio Sanna. O espetáculo do "Improvável" sempre conta com a participação de algum ator/improvisador convidado, e o show que eu vi contou com Edu Nunes, um de meus convidados favoritos para o espetáculo.
Foi uma experiência maravilhosa. O teatro é muito bonito, e o cenário do espetáculo é extremamente bem organizado e atrativo. O mestre de cerimônias, Andrei Moscheto, começou interagindo com a plateia - inclusive comigo!!! - para quebrar o clima inicial de tensão, fez algumas piadas, deixou o público bem à vontade, e então anunciou eles! Os Barbixas, seu convidado Edu Nunes e o grande músico Daniel Tauszig! Eles entraram, sorriram, pularam, foi incrível!
Após as recomendações de praxe - respeito, sem filmar, sem fotografar... - o espetáculo teve início. Basicamente, os atores participam de uma sequência de jogos de improvisação, nos quais os estímulos são inteiramente providos pela plateia.
Vou dizer, preciso dizer. Eu já os acompanhava pelo YouTube, já havia me inscrito no canal deles e todas as semanas eu assistia ao vídeo que eles colocavam, bem como todos os que já haviam disponíveis. O trabalho deles é maravilhoso, é pura arte - eles me fizeram abrir a cabeça para uma nova visão acerca de humor. São rapazes extremamente carismáticos e habilidosos naquilo que fazem, e pode-se ver que o fazem com muito gosto. As cenas eram dinâmicas e cheias de intertextualidade, o público entrava em êxtase absoluto!
Existe uma enorme diferença entre ver o trabalho de um ídolo na internet e ver o mesmo ao vivo. Posso dizer que saí do teatro com um gostinho de "quero mais". Foi maravilhoso poder vê-los e ouvi-los ali, ao vivo, e presenciar com meus próprios olhos o talento que eles possuem. Mesmo sabendo que, provavelmente, eu jamais terei a chance de dizer a eles cara a cara o quanto eu os admiro, continuarei acompanhando seu trabalho e divulgando-os aos meus amigos.
Rapazes, vocês são maravilhosos!

(da esquerda para a direita: Daniel, Elidio e Anderson)
 
- Laila.


quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Estou perdida, não me procure.

Olá!
Que pise na primeira peça de Lego no chão quem nunca sentiu vontade de sair, simplesmente ir para algum lugar sem olhar para trás.
Ah, como eu já quis fazer loucuras! Eu já senti vontade de simplesmente sair de casa em uma manhã de sol e caminhar, para qualquer direção, e só retornar ao anoitecer. Eu queria passar pela experiência de estar em total comando sobre meu próprio destino, minha própria estrada - nossa, que filosófico.
Quem nunca?
Cara, vou te contar, eu já tive vontade de fazer algumas coisas estranhas, e a maioria delas você poderia usar de justificativa para me internar em um sanatório. Por exemplo...
- Eu já quis morar em uma casa de árvore.
- Houve uma época em que, após ganhar uma enciclopédia, eu quis me tornar astronauta.
- Quando eu não tinha com quem conversar, esperava anoitecer e falava com as estrelas.
- Já senti vontade de sair dançando no meio da rua.
- Banhos de chuva. Eu amava banhos de chuva. Ainda amo, mas agora eu sei me controlar.
- Houve uma época em que eu decidi escrever um livro. Mal sabia eu que, em poucos anos, já teria escrito mais de sete.
Enfim, há quem diga que a vida é muito curta para que nós não nos entreguemos à certas loucuras - aquelas que NÃO PREJUDICAM OS OUTROS, por favor.
A vontade das pessoas de fazerem e serem algo diferente é bastante antiga. Desculpe, mas não é uma vontade original. Contudo, alegre-se - ainda não é tarde para entrar para o time! Se você tem um grande sonho ou a vontade de fazer algo revolucionário, por que não? Vá atrás, seja feliz, isto é o que mais importa. Muitas pessoas deixam que o medo as limite, e por isso acabam por afastar de si próprias a felicidade. Não faça isso! Ouse! Seja cada vez mais. Voe cada vez mais alto, torne-se aquilo que você achava que nunca conseguiria ser.
~ Não acredito em você, isso é besteira. Puro clichê ~ le cético.
Não acredita, bebê? Saia e veja com seus próprios olhos.
A espécie humana tem este lado fascinante que é a curiosidade, a vontade, a iniciativa, a paixão. Estas são qualidades que, acima de tudo, deveriam ser encorajadas. Saia, viva, descubra, respire ar fresco, aventure-se, e então volte para casa ao anoitecer.
Quem nunca?

 
- Laila.


domingo, 14 de setembro de 2014

Dolphin Tale 2

Olá!
Bom, recentemente eu fui ao cinema com minha mãe e minha irmãzinha para assistir ao novo filme em cartaz, "Dolphin Tale 2" ou "Winter, o Golfinho 2".
Eu já havia visto o primeiro filme, que conta a história de Sawyer, um menino que encontra um golfinho encalhado na praia que possui uma característica peculiar - não possui a cauda. Este golfinho nariz-de-garrafa é chamado de Winter, e ela é acolhida e tratada pelo Clearwater Marine Aquarium. Sawyer, que a resgatou, torna-se um de seus tratadores e, com a ajuda de muitos amigos, eles conseguem que Winter receba uma prótese de cauda, para que possa nadar mais confortavelmente.
O segundo filme é ainda mais maravilhoso. Ele continua a nos contar a trajetória da Winter. Sawyer continua a cuidar dela e ela é a grande atração do Aquário. Ela inspira centenas de jovens todos os anos e é muito querida por todos. Winter divide sua rotina com uma amiga, Panamá, outra nariz-de-garrafa que lhe fazia companhia. No entanto, algo terrível acontece com Panamá e mexe com todos ali no Aquário, principalmente com Winter.
Neste filme, o espectador pode se emocionar com o dilema que Sawyer e seus amigos vivem em relação à Winter, com o resgate de mais dois golfinhos e com a permanência de um deles, Hope - que poderá vir a ser um fator decisivo na vida de Winter. Além disso, pode rir e se deliciar com a petulância de Rufus, um pelicano muito irritante e querido que perseguirá as crianças e ajudará no resgate e na soltura de uma tartaruga marinha - minha mãe se apaixonou por esse pelicano, nem eu entendo.
A história da Winter e da Hope, nesse filme, serve de inspiração. O filme nos mostra a rotina e os dilemas que vivem as pessoas que dedicam suas vidas a esses animais e que exercem seu trabalho com nada mais nada menos que paixão absoluta. Mostra a sensibilidade que reside no coração destas magníficas criaturas que são os golfinhos - será que eles sentem coisas como amor, perda, amizade?
Sawyer vai mostrar o quão difícil é, às vezes, tomar uma decisão. Como é cruel a dúvida, a escolha de deixar ou não os amigos para trás por um certo tempo. Winter vai mostrar a ele que sempre há uma alternativa, e que, normalmente, ela é mais simples do que todos pensavam.
É uma história para rir, chorar e se inspirar. O Clearwater Marine Aquarium está aberto ao público, na Flórida, e para todos aqueles que quiserem visitar a Winter e saber mais sobre ela, esse golfinho batalhador e inspirador.
"Winter's amazing true story... Now has Hope."


 
- Laila.


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Me deixa em paz, coração.

Fala sério, quem é que nunca amaldiçoou o próprio coração inconsequente?
Sentir é algo natural e inerente do ser humano, bem como de todos os animais. Não quer dizer que sempre será um sentimento positivo, mas, na maioria das vezes, por que não?
Já dizia eu mesma...
"Conte para mim, amigo
Uma vez que já me disse
Da juventude à velhice
Confie em mim, estou contigo

Não me engane, companheiro
É esse teu coração ativo
Bagunçou esse teu juízo
Despertou esse corpo inteiro

Segure essa mente insana!
Uns dizem que amor é chama
Disso eu já quis duvidar

Mas, no fim, o amor engana
Pois às vezes a gente ama
Sem saber se quer amar"
(Laila)

 
(Amar faz bem...)


- Laila.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

#saudadeschuva

Vamos lá, sem frescuras. Sejamos honestos.
Quantas vezes as pessoas escutam falar de desgraças acontecendo ao redor do mundo, mas não se importam? Afinal, a desgraça ainda não bateu na porta de casa, não é?
Bom, o Brasil está enfrentando algo assim. Há mais de seis meses, as chuvas que regularmente abasteciam a região sudeste não apareceram. O governo percebeu a irregularidade, mas não tomou nenhuma providência. Logo, o nível de água nos reservatórios começou a baixar. São Paulo, por ser uma cidade gigante, começou a sentir rapidamente os efeitos colaterais da falta das chuvas.
TODO MUNDO SABE que São Paulo é uma cidade enorme e que precisa abastecer milhares de pessoas com água todos os dias. Todo mundo sabe que, independentemente da cidade, há desperdício de água. No entanto, não seria mais sensato alertar a população da crescente falta de água devido à ausência de chuvas? Bom, não foi isso que o governo pensou.
Não houve alerta, não houve conscientização popular, não houve sequer transparência - os governantes do estado de São Paulo e principalmente da cidade em si não admitiam de maneira alguma que estava faltando água. Logo, a água começou a ser racionada na região metropolitana de forma incisiva, e o cotidiano de muitas famílias virou de cabeça para baixo.
Um cerco de secura e racionamento começou a se formar ao redor de São Paulo, como se alguém enrolasse uma corda em torno do pescoço de alguém e fosse apertando gradativamente. Em breve, não vai haver mais saída - a água terá de ser racionada em todas as residências, sem exceções. A cidade está sempre em crescimento, mas os reservatórios de água não estão acompanhando. As pessoas continuam desperdiçando, acreditando que a desgraça nunca virá bater em suas portas.
As eleições estão se aproximando, e com elas, a realidade. O que muitas pessoas ainda não perceberam é que, após os governantes serem eleitos, o racionamento de água em São Paulo vai explodir como uma bomba atômica. Ninguém será poupado.
A população precisa entender que, mesmo em um país com abundância de água como o Brasil, há a possibilidade de falta de água e que medidas precisam ser tomadas quanto a isso. Caso contrário, as coisas nunca vão mudar.
E, infelizmente, acho que nem a dança da chuva pode nos ajudar agora.

 
- Laila.


sábado, 6 de setembro de 2014

Cadê a explicação no canto da página?

Olha, eu vou te contar uma coisa - até um tempo atrás, eu pensava que a pior coisa pela qual um ser vivo podia passar era dor de barriga.
Vejo que me enganei, como sempre.
Eu estava em uma fase na qual a vida parecia haver se ajeitado - as coisas estavam indo bem, os estudos estavam indo bem, as amizades estavam indo bem. No entanto, baixou o diabo-da-tasmânia em mim e as coisas viraram do avesso - como se estar de ponta-cabeça não fosse o suficiente u.u
A vida é uma loteria, blá blá blá, essas coisas que todos já estão cansados de ouvir. Nunca é do jeito que nós esperamos, não podemos planejar. O detalhe é que o ser humano pode viver sem saber se há alguma coisa - mas pode enlouquecer se souber que há alguma coisa, mas não sabe exatamente o que é.
Como se já não bastasse eu não ser muito amiga da Sorte, ela ainda decide colocar uma casca de banana no meu caminho para me ver escorregar e bater a cara do chão. Descobri que o ser humano pode viver sob um estado irritante de ambivalência - oi? - que significa duas coisas indefinidas. É como uma balança com dois pesos próximos, porém não exatamente iguais, e eu preciso escolher um dos lados. O detalhe é que eu não sei o que são esses pesos, mas sei que eles estão ali. Argh!
Sinto saudades de quando, nos meus livros de escola, eu não entendia alguma palavra e ia até o cantinho da folha para procurar o significado. Só que, agora, eu não estou entendendo a vida, e CADÊ A EXPLICAÇÃO NO CANTO DA PÁGINA?
Não está mais ali.
É normal que as pessoas se sintam extremamente confusas ou indecisas em algum momento ou fase de suas vidas. Nessas horas, é interessante procurar o aconselhamento de pessoas próximas, da família, até mesmo dos amigos mais chegados. Alguém - pelo menos uma pessoa - vai ter alguma coisa bastante útil para dizer que irá te ajudar a superar.
É horrível viver debaixo da asa da dúvida, mas às vezes não há outra coisa a fazer senão esperar. Esperar, e ver o que pode acontecer.
E A PERGUNTA É... O que você faz para se livrar das suas dúvidas?

 
- Laila.


terça-feira, 2 de setembro de 2014

Exatoides (4) - O Lobo e o Cordeiro

A pedido de uma amiga muito querida, estou colocando aqui o quarto capítulo do meu novo projeto. Mais uma vez, deixo registrado - aqueles que se interessarem pela história ou que desejarem saber mais sobre ela, ou mesmo os que tiverem opiniões formadas, deixem nos comentários, eu vou adorar ler :)
"CAPÍTULO 4 - O LOBO E O CORDEIRO.
- Os resultados serão divulgados hoje - disse Hugo.
Marcelo olhou para o amigo, mas decidiu ficar quieto. Aquela era a quinquagésima vez que ele ouvia aquela frase desde o momento em que entrara na Academia, e a expectativa era desgastante - o país inteiro cobraria dele aqueles resultados, não apenas sua família. Talvez, num passado distante, as pessoas não precisassem corresponder às expectativas dos outros. Agora, porém, não havia alternativa.
Ele era, assim como seus amigos, um exatoide. Isso significava que ele devia resultados a todos, menos a si mesmo.
- Por que você fica repetindo isso? - questionou Bernardo, rompendo o silêncio - Todos sabem que nós três fomos classificados. Vocês ainda têm alguma dúvida?
Os três estavam sentados em uma das centenas de mesas do refeitório. Hugo deu de ombros para o posicionamento de Bernardo e deu uma mordida voraz no sanduíche vegetariano.
- Vocês souberam? - Bernardo insistiu - Uma menina da nossa sala foi rebaixada.
- Verdade? - Hugo ergueu os olhos, engolindo o que restava do sanduíche - Para qual classe?
- Humanas - disse o rapaz, erguendo o canto dos lábios em uma expressão de repulsa - Aparentemente, ela e o irmão mais velho tinham um mecanismo com o qual ele passava as respostas dos exercícios para ela.
- Quer dizer que ela ludibriou o sistema da Academia? - Marcelo estava surpreso.
- Sim! Imagine isto! - Bernardo estava eufórico - O histórico escolar dela vai ser destruído. A família dela queria escondê-la, mas no fim ela será mandada para aquela pocilga dos humanoides e jamais vai conseguir sair de lá.
De repente, os alunos que circulavam pelo refeitório correram para um dos corredores, em alvoroço. Os três rapazes foram atrás, e descobriram que os resultados das provas haviam acabado de sair no painel. Ao lado do nome de cada aluno, havia uma bolinha colorida. A cor azul era para os exatoides aprovados. A cor verde era para os alunos rebaixados para Biológicas. A cor vermelha era para os alunos rebaixados para Humanas.
O alívio percorreu as entranhas de Marcelo quando ele enxergou a bolinha azul ao lado de seu nome. Hugo e Bernardo partilharam da mesma sensação. Em todas as salas, algumas bolinhas verdes pipocaram. Os alunos rebaixados em questão tinham as cabeças baixas, alguns choravam.
Os inspetores da Academia estavam agrupando os novos bioloides para levá-los até o pátio principal, no qual receberiam um recado piedoso do diretor da instituição para que pudessem ser devolvidos aos pais - que deveriam realocá-los de acordo com sua nova classificação. Marcelo os observou, andando de cabeça baixa, seguindo os inspetores.
- D-deve ter havido algum engano - Marcelo ouviu um rapaz franzino ao seu lado murmurar - Eu sou um exatoide!
Ele acompanhou o olhar do rapaz até o respectivo nome, e viu a bolinha vermelha ao lado.
- Parece que não - disse outro rapaz, que, aparentemente, era da mesma sala do aluno rebaixado - Parece que você pertence à corja dos inúteis, aqueles que vivem na lama e comem carne de animais doentes.
Nos minutos seguintes, Hugo e Bernardo tiveram que levar Marcelo para longe dali, enquanto alguns exatoides aprovados chutavam o corpo caído do aluno rebaixado e cuspiam sobre ele. Era como ver um lobo se sobrepondo a um cordeiro - não parecia natural.
- Opa!
Os três perceberam que haviam dado um encontrão no diretor da Academia.
- Perdão, diretor - Hugo apressou-se em dizer - Já estávamos indo.
- Certo - disse o homem.
A simples presença dele ali inspirava respeito em qualquer ser vivo que estivesse próximo. Ele se virou para Marcelo por um instante e abriu um sorriso.
- Parabéns, meu rapaz - disse ele - Eu soube de seus resultados. Saiba que eu nunca esperaria menos de um filho de Euclides Aurelino em minha Academia.
O cérebro de Marcelo, porém, não absorveu aquelas palavras. Ele observou o diretor se afastar, enquanto sentia os tapinhas que seus amigos lhe davam nas costas e seus olhos encontravam, por alguns instantes, os olhos inchados do aluno rebaixado, que era arrastado dali por um inspetor.
Os olhos do humanoide fixaram-se nos dele por alguns segundos. Sangue escorria de seu nariz e de seus lábios, deixando uma trilha escura no caminho pelo qual ele era arrastado. Do outro lado do corredor, os gritos de satisfação dos exatoides que o haviam agredido. O cordeiro havia perdido a luta.
Os lábios ensanguentados dele formaram uma palavra, sem qualquer som, e por um único momento Marcelo pensou ter entendido.
Socorro. "

 
 
- Laila. 


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Afinal, qual é a sua função?

Que atire o primeiro elefante de pelúcia quem nunca passou por aquela famosa crise existencial - afinal, no que é que eu sou bom?
Todos os jovens chegam naquela fase da vida em que a vida te dá uma rasteira violenta e ri da sua cara enquanto você se levanta. Aquele momento em que você precisa decidir o que vai fazer do seu futuro. Cara, esta é uma decisão muito importante, provavelmente a maior que você fará. Você precisará encontrar dentro de si um aspecto no qual se destaque, uma aptidão - um talento para desenho, para cálculos, para liderança, para pesquisa, para escrita, para a comunicação...
Mas... E se você não tem aptidão para nada?
Respire, meu amigo! Todos nós temos talento para alguma coisa, nem que seja uma única coisa. Você pode não ter descoberto ainda, mas existe sim um talento oculto em você. Explore, ouse! Experimente coisas diferentes, busque uma nova visão. Você pode se surpreender com o que vai encontrar.
As pessoas possuem o péssimo hábito de se comparar com as outras sem qualquer coerência. Você, escritor que vai mal em Exatas, não fique se comparando a um futuro engenheiro aeronáutico! Você, futuro físico teórico, não fique se mordendo porque não consegue escrever como um futuro jornalista! Todos nós temos dificuldade em algo e facilidade para outras coisas. Exigir demais de nós mesmos não é nem um pouco saudável. Notas baixas em determinados campos, entretanto, não deve se tornar um fator limitante. Se você tem aptidão para a área de Humanas, isso não te impede de migrar para a área de Exatas e, com algum esforço, obter sucesso.
A indecisão faz parte da vida, meu amigo. É absolutamente normal. Eu ficaria preocupada se você estivesse 100% decidido - isso só costuma acontecer com alienígenas. Em algum momento nós vamos balançar, nem que seja um pouquinho.
Procure falar com alguém sobre isso. Os pais podem ajudar, os professores e os amigos da mesma forma. É importante ouvir opiniões externas e fazer uma auto avaliação, para que a decisão seja precisa. É necessário esforço e muita dedicação, mas pode dar certo. Seja otimista, corra atrás, vá além!
Acredite, amigo. Pode dar certo :)

(pense como um próton e seja positivo)
 
- Laila.


domingo, 24 de agosto de 2014

Xô, desânimo

Cara, eu odeio quando me bate aquele desânimo.
Sério, é uma coisa que desce em você inesperadamente - você está lá, feliz, alegre e pimpão, de repente você pisca e BUM! Desce um bicho-preguiça mal humorado em você e acaba com o seu dia. Você pode até tentar se salvar da fossa, mas não consegue. Você tenta pegar um livro para ler, tenta ver televisão, tenta falar com alguém, tenta mexer no celular (nem ele te levanta) mas tudo perde a graça por algumas horas.
Eu fico olhando para os lados sem saber o que fazer da minha vida, os propósitos da minha existência se perdem em Búzios por alguns instantes e me abandonam. As ideias se cansam de mim, a criatividade não olha mais na minha cara e eu fico ali, vegetando. Tem aqueles momentos de desânimo em que você entra na cozinha ou na sala e se esquece do que foi fazer ali, e então você volta para o seu quarto, vegeta mais algumas horas e depois acaba se lembrando.
Argh, é terrível quando o desânimo bate. Eu fico pensando se deveria mandar uma mensagem a algum amigo pedindo ajuda, ou uma cordinha para me puxar da fossa - e logo em seguida eu penso que aquela pessoa é inocente e não tem nada a ver com o bicho-preguiça mal humorado que tomou posse da minha carcaça. Largo o celular, pego um livro, rolo na cama, esmago meu nariz no travesseiro (não, isso não é legal. Não façam isso) mas o desânimo não sai. Eu digo a mim mesma que eu deveria levantar, estabelecer metas, pegar meus cadernos, estudar e vencer na vida, só que o máximo que meu cérebro se dispõe a fazer é me lembrar de como que se coloca Nescau no leite.
Bom, eu imagino que ninguém goste de momentos de fossa e desânimo.
A boa notícia é que a grande maioria deles é passageira, dura apenas algumas horas. Logo, acontece alguma coisa muito louca na sua vida que te anima a seguir em frente. Se o desânimo e a fossa não passarem, é melhor você procurar um psicólogo, porque pode ser algo mais sério.
Já dizia Renato Russo:
"Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
Acreditar no sonho que se tem
Ou que seus planos nunca vão dar certo
Ou que você nunca vai ser alguém

(...)"
Respira, meu querido, a fossa vai passar.
E A PERGUNTA É... O que você costuma fazer quando está de fossa? Qual o seu método para se livrar da entidade animalesca mal humorada que desce no seu espírito e te coloca para baixo?

(pessoas que, na fossa, ficam igual a esse gato)
 
 
- Laila.


quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Exatoides (3)

Este é o terceiro capítulo a ser postado. Se você que está acompanhando gostou da história e deseja ler um ou mais capítulos, por favor, registre o pedido nos comentários. Se desejar, registre também a sua opinião, ela é fundamental para a evolução dessa história :)
CAPÍTULO 3 - NÃO SE ESQUEÇA DA SUA FUNÇÃO.
"Ao voltar para casa, Marcelo fez algo que poucas vezes se lembrava de fazer - observou.
O céu estava azul, mas a temperatura estava baixa. Ele se perguntou o motivo, afinal, o sol brilhava como nunca. Puxou mais uma vez as mangas do casaco, tentando usá-las para cobrir, além dos braços, os dedos gelados.
Os prédios altos e coloridos projetavam-se sobre os transeuntes de uma maneira quase ameaçadora - continuem andando, era o que eles diziam, não se esqueçam de sua função. As placas de projeção holográfica pelas ruas exibiam as últimas conquistas da tecnologia e as mais recentes novidades no mercado. Marcelo desviou os olhos. A profusão de cores lhe causava dores de cabeça.
Além dele, poucos exatoides andavam pela calçada. A circulação de carros também era pouca - provavelmente a maioria estava trabalhando, pesquisando e desenvolvendo projetos para o avanço da nação. Não havia tempo para trivialidades como sair para almoçar com os amigos ou mesmo ouvir música. Eram apenas distrações das quais os exatoides deveriam se livrar para que tivessem cada vez mais tempo.
Há alguns anos, Marcelo ainda se lembrava de ouvir o canto dos pássaros, empoleirados nas árvores no caminho para casa. Agora, não ouvia mais nada. Aliás, onde estavam as árvores?
O rapaz entrou na rua de seu prédio e continuou a andar. Ao passar por uma cafeteria, ele percebeu que havia um casal sentado em uma mesa com formato de flor. Eles não conversavam, sequer se olhavam - ambos estavam com livros grossos de cálculo em mãos, estudando.
Em pleno século XXV, quem é que ainda estuda com livros de papel? Foi o primeiro pensamento que ocorreu a Marcelo. No entanto, algo naquele casal o incomodou, e ele não soube dizer o que era.
...
- Precisamos conversar.
Normalmente, era desse jeito que o pai de Marcelo perguntava como havia sido a aula do filho.
- Os resultados ainda não saíram - disse o rapaz - Talvez sejam divulgados no site da Academia daqui a algumas horas.
Euclides estava em pé, recostado à parede branca da sala. Ainda vestia o traje social que usava para trabalhar - terno risca-de-giz, gravata vermelha de seda e sapatos de couro. Seu silêncio fez com que Marcelo olhasse para ele - apenas para encontrar um par de olhos escuros e vazios.
- Não perguntei sobre os resultados - disse o pai - Refiro-me ao André. Eu e Lilitan vamos buscá-lo na Academia Internato e conferir os resultados das avaliações dele.
- Ah, sim. Claro - Marcelo retrucou - E o que o senhor vai fazer com ele?
Algo se acendeu nos olhos de Euclides, e isso não passou despercebido ao rapaz.
- Os resultados dele vão dizer - respondeu - Incomoda-me saber que um filho meu precisou fazer estas avaliações de nivelamento. Seja como for, é uma vergonha para a família Aurelino.
- O senhor quis dizer para a nossa família?
Num primeiro momento, Marcelo percebeu que o pai não entendeu o questionamento. Pensando um pouco mais, porém, decidiu concordar.
- Sim, foi o que eu quis dizer - disse ele, ajeitando a gravata e pegando as chaves do carro - Comporte-se e estude. Quando voltar, quero ver seus resultados.
- Sim, senhor - disse Marcelo, enquanto observava o pai lhe dar as costas e fechar a porta atrás de si.
O silêncio tomou conta do apartamento. Marcelo pegou a mochila e caminhou pelo corredor até seu quarto. No caminho, sentiu como se as paredes se projetassem sobre ele de modo ameaçador.
Continue andando, era o que elas diziam, não se esqueça da sua função."

 
 
- Laila.



segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Exatoides (2)

CAPÍTULO 2 - ERA O CERTO, NÃO ERA?
"Dentro do carro, Lilitan ofereceu ao filho um sorriso curto e desejou a ele uma boa aula.
Marcelo caminhou pelo enorme pátio principal. Talvez fosse apenas neste dia em especial, mas a Academia estava fria. O vento que circulava por ali arrepiava os braços do rapaz, e ele se apressou para entrar logo em sua sala. Os exatoides, como ele, estavam imersos em uma expectativa silenciosa. Os resultados das últimas provas logo sairiam, e ele queria ter certeza de que ainda tinha um lugar nas melhores colocações. Isso, como seus pais insistiam em lembrar, podia garantir a ele uma vaga em uma das três Universidades de prestígio de Delce.
Enquanto Marcelo se ajeitava em sua mesa, ouviu o ruído familiar do projetor, que materializava diante da classe um vídeo em três dimensões cuja reprodução diária era obrigatória. O rapaz já havia parado de prestar atenção há muito tempo - tantas vezes já vira o vídeo que sabia repeti-lo de trás para frente.
- Não aguento mais esse vídeo - comentou uma voz ao lado dele.
- Parece que agora é lei - disse Hugo, um dos amigos de Marcelo - Todas as Academias são obrigadas a passar esse vídeo aos alunos todos os dias.
O professor, que havia acabado de fechar a porta da sala, fez um ruído exigindo silêncio. Todos se calaram. Não havia pelo que discutir. Não importava se eles queriam ver o vídeo ou não - agora era lei, e nenhuma Academia em sã consciência iria questionar a decisão do governo.
A imagem do presidente Sócrates apareceu, a luz da sala diminuiu automaticamente, e o silêncio nos segundos seguintes foi tanto que Marcelo podia ouvir o som de seu sangue correndo pelas veias.
Delce, como todos sabem, está se tornando um nome de prestígio mundial graças aos investimentos do governo em tecnologia...
Bernardo, outro amigo de Marcelo, soltou um bocejo. Cobriu a boca no mesmo instante, mas, por sorte, o professor não havia percebido.
As Academias, é claro, todos os anos formam excelentes exatoides que contribuem para o avanço da nação. Em pleno século XXV, somos o país que mais investe em educação e avanço tecnológico, bem como engenharia e astronomia...
As imagens do vídeo mostravam os observatórios de pesquisa astronômica, os laboratórios de robótica e a fachada estonteante das Academias de Exatas, onde os alunos-modelo apareciam resolvendo exercícios extremamente complexos de Física e Matemática. Marcelo observou, com o canto dos olhos, a imagem das equipes de engenharia elaborando projetos e a vista aérea dos bairros dos exatoides, com avenidas largas e calçadas limpas, prédios coloridos e moradores atarefados com roupas sociais.
É preciso que o governo mantenha o sistema para que os avanços persistam, e para isso devemos entender que aqueles que são inferiores aos exatoides devem permanecer em seus devidos lugares...
E então as imagens mudaram.
Agora, as ruas eram mais estreitas. Havia algumas rachaduras no asfalto, os prédios e as casas eram menores e a calçada era um tanto encardida. Poucas pessoas circulavam pelas ruas em contraste com o enorme número de árvores - aquele era, obviamente, o bairro dos bioloides. Estes atuavam em laboratórios de pesquisa, em hospitais e no desenvolvimento de remédios e vacinas. Além do mais, eram os responsáveis pela produção agrícola - completamente controlada e planejada.
Claro, eles não eram inúteis, Marcelo sabia muito bem disso. Estavam apenas um pouco abaixo da importância dos exatoides, mas ainda podiam viver de modo satisfatório. Toda sociedade precisa de pilares nos quais sua glória possa se erguer. Esta era a simples relação que existia entre os bioloides e os exatoides.
A classe, que já estava escura, perdeu a pouca luz que o vídeo estava fornecendo. Nesse momento, todos os alunos erguiam os olhos para as imagens - não importava quantas vezes já houvessem visto.
De alguma forma, os restos precisam ser deixados em algum lugar...
A voz do presidente Sócrates se dissolveu na mente de Marcelo enquanto seus olhos acompanhavam as imagens que ele já conhecia tão bem.
Ruas? Não, não podia ser... Eram apenas caminhos de terra, pelos quais escorriam silenciosos filetes de água suja... Casas de madeira despedaçada, telhas quebradas e placas de zinco... As casas mais aceitáveis exibiam varandas vazias e janelas fechadas. Algumas galinhas perdidas ciscavam a lama e alguns gatos encharcados se encolhiam diante das portas, tremendo. A maioria das casas tinha pequenas hortas, mas de que adiantavam? Tão pouco aquela terra tinha a oferecer...
Marcelo sentiu o estômago se revirar. Aquele era o bairro dos humanoides, o resto da sociedade. Eles não serviam para nada, e por isso ficavam naquele lugar. Em uma sociedade construída sobre os pilares das Ciências Exatas, o que é que eles poderiam fazer? Aquelas casas pertenciam aos professores de Ciências Humanas, tais como Literatura, Filosofia, História, Geografia, bem como aos contadores de histórias, escritores, artistas e poetas, todas as formas de conhecimento consideradas inúteis. Marcelo tinha consciência de que, para evoluir, Delce precisava de técnicos, engenheiros, físicos e astrônomos, exatoides capazes de extrair do intelecto humano tudo o que ele tinha a oferecer de melhor.
Aquelas pessoas não serviam para isso. Elas, para a sociedade, não serviam para nada. Eram degenerados, e mereciam as condições em que viviam. Esta era a mensagem do governo, e era nisso que os exatoides acreditavam.
Era o certo, não era?"

 
 
 
- Laila.